2º Turno na Venezuela proposto por Celso Amorim
Sugestão informal de nova eleição entre Maduro e oposição gera cautela e diverge da postura anterior do Brasil na crise venezuelana
O assessor Celso Amorim sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a realização de um segundo turno na eleição presidencial da VenzuelaSegundo apuração da analista política da CNN Jussara Soares, a proposta, feita informalmente, está causando estranheza nos círculos diplomáticos brasileiros. A sugestão não tem respaldo nas negociações oficiais conduzidas pelo Itamaraty.
A ideia de um novo pleito entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o opositor Edmundo González não encontra apoio nem mesmo entre a oposição venezuelana, apurou a analista.
A proposta surge em um contexto de contestação dos resultados eleitorais declarados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão alinhado a Maduro, que deu vitória ao atual presidente venezuelano.
Postura brasileira em xeque
A sugestão de segundo turno destoa da posição que o Brasil vinha adotando até o momento. O país evita tanto reconhecer o resultado oficial quanto os dados apresentados pela oposição, buscando uma posição intermediária.
A indefinição prolongada aumenta a pressão sobre o governo brasileiro, que se colocou como interlocutor na crise venezuelana. Até o momento, Lula não conversou nem com Maduro nem com González, mantendo a condição de que uma conversa só ocorreria se a outra também acontecesse.
Articulações diplomáticas em curso
O Brasil reafirma que mantém negociações conjuntas com Colômbia e México. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, embarca para a Colômbia, onde se reunirá com o chanceler colombiano Luis Gilberto Murillo na quinta-feira.
A situação na Venezuela será um dos temas centrais do encontro, demonstrando os esforços contínuos da diplomacia brasileira em buscar uma solução para a crise política no país vizinho.