BRASIL 🇧🇷 ‘A ficha está caindo’, diz Haddad sobre medidas do governo Bolsonaro
Para Haddad, está “caindo a ficha” das ações do governo anterior;
Medidas adotadas por Bolsonaro e Guedes custaram 3% do PIB;
“Muitos não tinham noção do governo que estavam apoiando”, disse.
Em meio a uma série de dias negativos para o mercado financeiro, o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se trata de uma reação às medidas do governo anterior, que só teriam vindo à tona a partir de dados coletados pela equipe de transição
Segundo o ministro, em transmissão ao vivo promovida pelo site Brasil 247, está “caindo a ficha” das ingerências cometidas pela equipe econômica de Bolsonaro e Guedes, como a inclusão indevida de mais de 2 milhões de beneficiários no Auxílio Brasil, medida que o ministro chamou de “eleitoreira” em discurso ontem.
De acordo com Haddad, entre gastos e renúncias fiscais, o governo anterior impactou o PIB em R$ 300 bilhões. “Tinha um clima de que a economia estava no rumo certo, mas que está se desfazendo pelos números de gasto eleitoral do Bolsonaro. Pessoas não se deram conta de que Bolsonaro usou 3% do PIB na eleição”, afirmou na transmissão. “Valor de R$ 300 bilhões disponíveis para torrar durante a eleição elegeria qualquer pessoa, menos contra Lula.”
O ministro voltou a discursar contra a alta taxa de juros brasileira, “o maior juro real do mundo”. Para Haddad, o aumento astronômico na taxa de juros, de 2% em março de 2021 para os atuais 13,75%, veio como resultado do aumentos excessivos dos gastos do governo para tentar garantir a eleição, o que o ministro da Fazenda chamou de “farra eleitoral”.
“O Brasil está com taxa de inflação menor do que os Estados Unidos e a Europa, só que estamos com a maior taxa de juro real do planeta. Olha o paradoxo que estamos vivendo, uma situação completamente anômala, uma inflação comparativamente baixa e uma taxa de juro real fora de propósito para uma economia que já vem desacelerando”, argumentou.
“Não é um ataque especulativo, é que a ficha caiu. Cabe a nós esclarecer a situação com transparência”, disse. “Boa parte do empresariado está torcendo para o país dar certo, mas muitos não tinham noção do governo que estavam apoiando, achavam que a economia estava a pleno vapor.”