Um conhecido blogueiro militar russo, Vladlen Tatarsky, foi morto em uma explosão em um café em São Petersburgo neste domingo (2), disseram as autoridades.
Existem vários blogueiros proeminentes como Tatarsky que cobrem a guerra da Rússia na Ucrânia para seguidores em plataformas online como o Telegram. Alguns acumularam centenas de milhares de seguidores.
Enquanto Tatarsky era ardentemente pró-guerra, ele também criticou os reveses na campanha de Moscou – um fenômeno bastante raro na esfera pública russa.
Histórico e experiência de combate
O nome verdadeiro de Tatarsky era Maxim Fomin.
Em 2014, ele lutou com separatistas russos contra nacionalistas ucranianos na região de Donbass, no leste da Ucrânia, segundo a agência de notícias estatal russa Vesti, citando fontes públicas.
Tatarsky criou seu canal no Telegram em 2019, nomeando-o em homenagem ao protagonista do romance de Victor Pelevin, “Geração ‘P’”, ainda de acordo com Vesti. Ele passou a escrever vários livros.
Tatarsky apoiou a guerra na Ucrânia. Ele ganhou popularidade online ao fornecer análises e comentários durante a invasão da Rússia.
Críticas raras
Tatarsky tinha mais de meio milhão de seguidores no Telegram e, embora fosse agressivamente pró-guerra, às vezes criticava os reveses russos na Ucrânia.
A crítica pública à guerra de Moscou é incomum na Rússia.
Em maio do ano passado, ele disse à CNN que não estava criticando a operação como um todo, mas “episódios individuais” e que ainda acreditava que a Rússia alcançaria seus objetivos na Ucrânia.
No entanto, ele pediu uma ampla mudança em resposta ao progresso hesitante da invasão de Moscou.
“Todas as áreas precisam ser melhoradas”, disse ele. “Cada guerra revela alguns inconvenientes, deficiências ou falsas experiências, experiências que precisam ser ajustadas às realidades modernas. Portanto, absolutamente todas as esferas precisam de reforma.”
Tatarsky ganhou destaque depois de participar de uma cerimônia no Kremlin que marcou a anexação de quatro regiões ucranianas (uma ação considerada ilegal sob a lei internacional pela Ucrânia e seus aliados ocidentais)
