Malala Yousafzai volta ao Brasil para defender educação inclusiva
Malala Yousafzai, a ativista paquistanesa de Direitos Humanos, de 25 anos, está no Brasil pela segunda vez. Ela se encontrou com autoridades e abriu o Festival da Leitura, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro e defendeu a inclusão, sobretudo de integrantes de comunidades afro-brasileiras e indígenas e, também, mais segurança nas escolas. Malala percorre o mundo nesta campanha.
Mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz, agraciada em 2014, Malala ficou conhecida internacionalmente em 2012, quando foi atingida por um tiro na cabeça, que a deixou entre a vida e a morte. Fundamentalistas do Talibã não aceitavam que meninas e mulheres frequentassem salas de aula. Felizmente ela sobreviveu e a luta ganhou ainda mais força!
“Após o atentado, minha prioridade era mostrar que eu não ia desistir. A melhor forma de combater o extremismo, para mim, é retratar a importância da educação por todo mundo. Promover a educação é a melhor vingança”, ressaltou a jovem, sendo aplaudida por um público de mais de 8 mil pessoas no Maracanãzinho.
Direito das mulheres
Durante sua segunda passagem, Malala falou sobre a importância dos homens também estarem ativos na luta pela igualdade de gênero, mas deixando o protagonismo para as mulheres.
“Quando a gente fala nos direitos das meninas, é muito importante pensar no papel que os homens e meninos têm. Não são problemas só das mulheres”, destacou a paquistanesa.
Malala disse que se um país não trata as mulheres com respeito certamente não vai bem na economia.
“Quando nós [mulheres] perdemos a oportunidade de estudar, isso pode custar milhões de dólares”, disse Malala.
De acordo com a ativista, gênero e economia são questões que caminham juntas. Para ela, a participação dos homens nesta luta é urgente.
Por mais educação
É nesse mesmo viés que Malala defendeu um maior acesso à educação por todos.
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, teve um encontro com a ativista e disse que ela é um dos maiores símbolos da resistência e da defesa da educação.
“Esse é um dos desafios que nós temos, que a educação brasileira seja mais inclusiva, que chegue a todas as crianças do nosso país, que a gente não conviva com crianças fora da escola”, ressaltou o ministro depois da agenda com a ativista.
Malala também se reuniu com Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial. A ministra disse que a jovem sempre foi um exemplo para ela.
“Eu uso Malala desde que comecei a dar aula e mostrava aos alunos só o documentário dela, mas o livro também, que inspira”.
Festival da Leitura no Rio
No Festival do Leitor no Rio, no último dia 23, Malala foi destaque.
Na palestra, que teve mediação da jornalista Maju Coutinho, a ativista foi muito aplaudida depois que defendeu a inclusão das comunidades afro-brasileiras e indígenas no currículo escolar.
Malala Yousafzai e seu marido Asser Malik, também visitaram o estádio Maracanã e fizeram questão de vestir camisas do Brasil.
Ela ainda cobrou um pênalti, fingiu ser uma jogadora e até simulou uma coletiva de imprensa. Um amor essa jovem!