7 de Setembro: bolsonaristas pregam boicote e fazem xingamentos nas redes sociais do Exército
Generais são chamados de “melancias” por não terem aderido à tentativa de golpe de 8 de janeiro, uma expressão para se referir a quem é “verde” por fora, mas “vermelho” por dentro
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) invadiram as redes sociais das Forças Armadas com xingamentos contra o Exércitoàs vésperas do 7 de setembro.
Esses usuários pedem um boicote à data e ao desfile dos militares.
Os generais são chamados de “melancias” por não terem aderido à tentativa de golpe de 8 de janeiro, uma expressão para se referir a quem é “verde” por fora, mas “vermelho” por dentro.
Os internautas bolsonaristas reclamam que os militares desperdiçam dinheiro público e deixaram o país ser “tomado” pelo que eles chamam de “inimigo”.
Um vídeo que circula nas redes pede que as pessoas não compareçam ao 7 de setembro e que, se forem presencialmente no evento, se vistam de preto e fiquem de costas.
Movimentação
Segundo fontes militares, é impossível precisar se essa movimentação online vai se transformar em algo concreto no dia 7 de Setembro.
As fontes esclarecem ainda que o plano de segurança já está sendo feito pelo comando militar do Planalto e inclui medidas extras de cautela.
Conforme a CNN antecipou, o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu não convocar a militância para o 7 de Setembro por causa do cerco que vem sofrendo com as diversas investigações da Polícia Federal. Qualquer mobilização poderia complicá-lo ainda mais.
Na semana passada, o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) pediu aos apoiadores que doassem sangue para comemorar o dia da Independência.
Os militares vêm sendo alvo de ataques da direita golpista insatisfeita pelo Exército ter se mantido na legalidade desde os acampamentos em frente aos quartéis após a vitória de Lula.
Até março deste ano, os perfis das Forças Armadas permaneciam fechados por conta disso.
“Estamos num momento de reconstrução da imagem das Forças Armadas. É claro que esse tipo de coisa aborrece. Somos alvo de enorme pancadaria. Mas vamos seguir sempre dentro da legalidade. Isso é choro de perdedor”, disse uma fonte militar à CNN.
Procurado, o Exército brasileiro não se manifestou.