Falta de pastores a depoimento sobre MEC é ‘confissão de culpa’, diz senador
Declaração é do presidente da Comissão de Educação do Senado Federal
CPI para esclarecer atuação de pastores no MEC pode ser instaurada
Comissão irá ouvir presidente do FNDE nesta quinta
Para Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação do Senado Federal, a ausência dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos para prestar depoimento ao colegiado sobre as acusações de um “gabinete paralelo” no Ministério da Educação (MEC) é “uma confissão de culpa”. A declaração foi feita nesta quinta-feira (7).
Os pastores são suspeitos de organizar um esquema para liberar recursos do MEC para prefeituras em troca de propina. O ex-ministro Milton Ribeiro os recebia em seu gabinete a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A defesa dos pastores informou a presidência da comissão sobre a ausência de ambos na noite desta quarta-feira (6). Castro acredita que a recusa ao convite justifica ainda mais a abertura de uma eventual Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Se a pessoa não vem prestar os esclarecimentos, se recusa a prestar os esclarecimentos, de certa forma, eu acho que não fica bem pra ele. É quase que uma confissão de culpa. Não vem por quê? Se a pessoa não tem culpa, eu acho que a pessoa deveria fazer questão de vir”, disse o senador ao portal Metrópoles.
O colegiado ouvirá nesta quinta ainda o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte. “É importante que ele esclareça as denúncias que foram feitas, que são gravíssimas e envolvem o ministro Milton Ribeiro”, disse o presidente da comissão.
“E o ponto mais grave envolve o presidente do FNDE, porque esses recursos todos que foram liberados, esses empenhos foram feitos com recursos do FNDE. Nós precisamos lembrar que o FNDE é uma autarquia, ele tem autonomia administrativa, financeira, operacional e portanto não deveria receber influência de ninguém. Ele não é subordinado ao Ministério da Educação, ele é vinculado”, concluiu.