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Nova técnica no SUS faz pessoas voltarem a andar em hospital público do DF

A técnica aplicada do SUS envolve imobilização do gesso para fazer com que pacientes possam andar novamente. Foto: Reprodução/TV Globo.

Resiliência! Uma nova técnica disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) está realizando o sonho de muita gente, permitindo que pessoas com pés tortos voltem a andar.

O responsável é o ortopedista e traumatologista do Hospital de Base de Brasília (DF), Davi Haje. Usando um tratamento criado em 1963 para recém-nascidos, Davi adaptou a técnica para o tratamento de adultos e o resultado impressiona. Ao todo, 25 pacientes já foram beneficiados.

“A primeira publicação de um paciente adulto, na literatura médica foi feita por mim, em 2020. Foi o caso da Daiana Nascimento, de 26 anos. Ela foi um marco e disseminou essa possibilidade para outros pacientes, que começaram a procurar a gente”, contou o médico.

Inspiração

Desenvolvida por Ignácio Ponseti, em 1963 nos Estados Unidos, o método Ponseti veio para tratar recém-nascidos que tinham o pé torto congênito.

A inspiração também veio do pai de Davi, que era médico e ensinou ao filho um método para tratar deformidades torácicas sem cirurgias.

“Quando meu pai faleceu em 2012, eu fiz questão de manter o tratamento que ele criou no SUS. O fato do meu pai ter me ensinado a tratar deformidades torácicas sem cirurgia, isso contribui para o tratamento dos pés tortos congênitos”, disse Davi.

Tratamento

De recém-nascidos para adultos.

O tratamento envolve muita paciência e uma ação de engessar os membros inferiores para remodelar os pés. Além disso, há pacientes que podem precisar de uma pequena cirurgia no Tendão de Aquiles.

Ao final da técnica, também pode ser necessário o uso de órtese.

Já foram 46 pés tortos congênitos corrigidos, em 25 diferentes pacientes. Desse total, 30% precisou fazer uma cirurgia óssea ao final do método.

“Quando você faz a cirurgia óssea após o método de Ponseti, é uma cirurgia muito menor e com muito menos risco do que se eu fosse fazer uma cirurgia sem o método de Ponseti”, explicou Davi.

1° paciente

A operadora de caixa Daiana Nascimento, de 26 anos, foi o primeiro caso tratado por Davi com a nova técnica.

“Quando cheguei, como eu era o primeiro caso, ele me disse: ‘talvez pudesse não dar certo’”, disse Daiana.

A história de Daiana explodiu mundo afora e vários outros pacientes começaram a procurar Davi.

Hoje, a operadora de caixa realizou o sonho e hoje consegue caminhar normalmente!

“Eu nunca pisei”

Nelson Lira, 45 anos, foi um dos casos de sucesso acompanhado pelo médico.

Morador de Petrolina, em Pernambuco, o homem nasceu com os pés tortos e tinha o sonho de sentir o chão pela primeira vez.

“É um sonho meu que hoje eu estou realizando. Se Deus quiser, eu vou conseguir. Vai dar tudo certo, eu vou corrigir meu pé e vou andar igual a qualquer outra pessoa”, disse o rapaz no início do tratamento.

E ele conseguiu!

Foram 15 gessos, uma cirurgia no tendão de Aquiles e muita paciência.

Em junho, ele tirou o último gesso e não acreditou quando viu o resultado.

Questionado sobre o que faria assim que o tratamento acabasse, veio a esperança.

“Coisas simples, pisas no chão, pisar na areia, sentir a areia a terra nos meus pés”, disse visivelmente emocionado.

Davi não lida apenas com a medicina, ele devolve o sonho a pessoas que há muito tempo viviam desacreditadas.

“Foram 45 anos esperando por isso, disse Nelson”.

Ciclo encerrado

Ao final do tratamento, um momento muito especial.

Davi presenteia os pacientes com um tênis e um chinelo.

“Parece que meu sonho é realizado ali como ser humano. Então eu não deixo de me mostrar também com esse momento especial que é da doação, de ver o resultado final e o paciente completando o ciclo”.

Ele ainda completa. “Justifica a carreira médica”.

Os pés de Nelson eram assim no início do tratamento... Foto: Reprodução/TV Globo.

Os pés de Nelson eram assim no início do tratamento… Foto: Reprodução/TV Globo.

... e ficaram assim após o término do procedimento. Foto: Reprodução/TV Globo.

… e ficaram assim após o término do procedimento. Foto: Reprodução/TV Globo.

Com informações de G1.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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