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Anvisa autoriza pesquisa clínica com CAR-T; paciente teve remissão do câncer

A Anvisa autorizou a pesquisa clínica com CAR-T no Brasil, e muitos pacientes podem ser beneficiados. Foto: Reprodução/Arquivo Pessoa/Paulo Peregrino.

A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, autorizou o início de uma pesquisa clínica no Brasil com o CAR-T, células geneticamente modificadas que atacam o câncer. O método levou a remissão do câncer e agora dá esperança de ajudar muito mais.

O publicitário Paulo Peregrino, de 61 anos, está entre os casos de sucesso dessa terapia. Lutando contra a doença por mais de 13 anos, o homem entrou em remissão em maio de 2023 e agora vive uma vida nova.

O CAR-T ficou famoso por ser um método biotecnológico. Pesquisadores “reprogramam” células do próprio paciente para que elas ataquem e destruam o câncer de forma mais precisa.

Método inovador

No Brasil, o ensaio clínico será realizado pela Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP), em parceria com o Instituto Butantan. Ainda em fase inicial, o objetivo é avaliar a segurança e a eficácia do tratamento em pacientes com leucemia.

Ao reprogramar as células do paciente, é possível conseguir uma maior efetividade no combate ao câncer no sangue.

A eficácia do tratamento já se mostrou positiva em pacientes com leucemia linfóide aguda B e linfoma não Hodgkin B.

Os pesquisadores coletam células T do sistema imunológico do paciente e as enviam para um centro especializado.

No local, as células são reprogramadas e voltam para, mais tarde, serem inseridas no paciente.

Essa modificação genética faz com que a célula reconheça o tumor e preserve as células saudáveis durante o combate contra o câncer.

Assim, o organismo do doente é um dos principais agentes para combater a doença.

Longo processo

A aprovação do ensaio clínico é parte de uma colaboração entre a Anvisa e pesquisadores brasileiros.

O principal objetivo da iniciativa é impulsionar ainda mais o desenvolvimento de terapias avançadas no Sistema Único de Saúde.

Com um edital onde o FUNDHERP e o Instituto Butantan foram selecionados em 2022, o pontapé inicial havia sido dado.

Até o processo de aprovação, diversas reuniões com as equipes envolvidas e patrocinadores. Foram 104 dias avaliando os documentos e mais 144 dias onde o FUNDHERP atendeu às exigências do órgão.

Uma vez aprovado o medicamento, a Anvisa criou um plano para acompanhar todo o estudo.

No documento, revisão frequente dos dados e informações da pesquisa. As ações iniciais devem durar até dezembro de 2024.

A Anvisa também tem planos para, uma vez se mostrando segura e eficaz, disponibilizar o tratamento para todos que precisem no Sistema Único de Saúde.

Remissão

No Brasil, 14 pacientes já foram submetidos à terapia com CAR-T.

Entre um deles, Paulo Peregrino, um publicitário de 61 anos que ficou 107 dias internado.

Na época, o homem foi submetido ao tratamento seguindo protocolos da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto.

Assim que saiu do hospital, Paulo fez uma das coisas que mais gosta de fazer: caminhar!

“Mais de 2,6 km de caminhada, totalizando quase 15 km em 10 dias após a alta do HC”, comemorou o publicitário em seu Instagram.

Paulo ainda exaltou as pequenas coisas da vida e agradeceu à todos pela torcida.

“Da simplicidade de poder calçar um tênis depois de meses. A possibilidade de fazer da cultura e da natureza um instrumento de recuperação. Tenha fé, creia na ciência”, compartilhou Paulo.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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