Parkinson: cientistas criam IA que ajuda pacientes no diagnóstico precoce
O lado bom da IA, Inteligência Artificial, no diagnóstico da doença de Parkinson. Um estudo de pesquisadores da Universidade de Rochester, em Nova York, nos Estados Unidos, – publicado na revista científica Nature – mostra um teste online alimentado por IA que é capaz de identificar os sintomas da doença com resultados surpreendentes.
O estudo concluiu que o software possuía um desempenho muito próximo a exames clínicos feitos por neurologistas e superior ao de médicos não especialistas na tarefa de classificação dos sintomas de Parkinson, analisando a progressão e gravidade da doença.
“Na disputa entre médicos especialistas, médicos não especialistas e a Inteligência Artificial, os especialistas ainda estão na liderança, demonstrando a importância do seu papel”, afirmou o neurocirurgião brasileiro, especializado em Parkinson, Dr. Bruno Burjaili.
Como funciona o software?
O software de Inteligência Artificial utilizado no estudo possuía um modelo de aprendizado de máquina que analisava a gravidade dos sintomas de Parkinson nos pacientes em vários pontos.
Essa análise ocorre por meio de vídeos de testes, sensíveis ao toque com dedos, amplamente utilizado por neurologistas, baseando-se em 22 pontos de referência.
O estudo também demonstrou que, mesmo que se os vídeos tivessem sido gravados em casa e com menor qualidade, o desempenho do programa na classificação da doença seria o mesmo.
O futuro do uso de IA no tratamento de Parkinson
De acordo Bruno Burjaili, a tecnologia pode vir a ser uma importante ferramenta, não só na análise da progressão de sintomas, mas também na realização de cirurgias de implantes de marca-passo cerebral.
“A Inteligência Artificial conseguiu vencer a performance dos médicos não especialistas, demonstrando que podemos vir, em breve, a utilizar ferramentas como essas para facilitar o diagnóstico em situações especiais e até ajudar os próprios especialistas a graduarem a evolução da doença, propor diários de sintomas com análises objetivas aos pacientes, e até, no que se refere a minha prática regular, quem sabe, auxiliar na objetividade e agilidade da cirurgia de marcapasso cerebral”, afirmou o médico.
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que causa tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e problemas de equilíbrio nos pacientes, prejudicando a sua qualidade de vida.
A doença ainda não tem cura, mas existem tratamentos que podem ajudar a retardar os seus efeitos, no entanto, para seguir com o tratamento é necessário classificar os sintomas para identificar a gravidade do caso, um processo feito tradicionalmente por neurologistas, mas que pode ser revolucionado com o uso de Inteligência Artificial.