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Procura-se Vivo ou Morto: os 7 líderes terroristas do Hamas

Legenda: Abdullah Barghouti, Mohammed Deif e Yahya Ibrahim Al-Sinwar, os principais líderes do Hamas hoje — Foto: REPRODUÇÃO

Desde o início da Operação “Tempestade Al-Aqsa” no sábado, dia 7 de outubro, surgiram questionamentos sobre o alcance das capacidades militares do grupo extremista Hamas.

Embora elas fossem consideradas modestas em comparação com as forças israerelenses, a verdade é que o grupo surpreendeu o país com o seu ataque.

Outro ponto pouco conhecido é a identidade de suas lideranças, já que os principais nomes do Hamas frequentemente aparecem mascarados na mídia ou vivem fugindo de tentativas de assassinato por Israel.

Aqui, trazemos detalhes sobre quem são os líderes políticos e militares mais relevantes do Hamas hoje.

Mohammed Deif

 

Deif é conhecido pelo apelido 'O Hóspede' — Foto: REPRODUÇÃO

Deif é conhecido pelo apelido ‘O Hóspede’ — Foto: REPRODUÇÃO

Assim que a fundação do Hamas foi anunciada, Mohammed Deif juntou-se às suas fileiras sem hesitar.

As autoridades israelenses prenderam Deif em 1989. Ele passou 16 meses na prisão sem julgamento, acusado de trabalhar para o aparato militar do grupo islâmico.

Durante o tempo na prisão, Al-Deif se juntou a Zakaria Al-Shorbagy e Salah Shehadeh para criar um movimento separado do Hamas com o objetivo de capturar soldados israelenses. Tratava-se das brigadas Izz al-Din al-Qassam.

Após a sua libertação, as brigadas al-Qassam surgiram como uma formação militar, e Deif foi um dos seus fundadores.

Ele também foi o engenheiro responsável por construir os túneis através dos quais os combatentes do Hamas se infiltraram em Israel a partir de Gaza e promoveu a estratégia de lançar um maior número de foguetes contra o território israelense.

As acusações mais graves contra ele incluem o planejamento e a supervisão de uma série de operações de vingança pelo assassinato de Yahya Ayyash — responsável no Hamas por produzir bombas, entre as quais aquelas alocadas em um ônibus e que mataram cerca de 50 israelenses no início de 1996.

Ele também é acusado de participar da captura e morte de três soldados israelenses em meados da década de 1990.

Israel o prendeu em 2000, mas ele conseguiu escapar logo no início do que é conhecido como a “Segunda Intifada” e está foragido desde então.

Há três fotografias dele: uma é bem antiga, na segunda ele aparece mascarado e a terceira é uma imagem de sua sombra.

Em uma das tentativas de matá-lo, em 2002, Deif sobreviveu milagrosamente, mas perdeu um olho. Israel diz que ele também perdeu um pé e uma mão e tem dificuldade para falar por causa dos ataques sofridos.

Em 2014, durante a guerra iniciada por Israelna Faixa de Gaza, que durou mais de 50 dias, o exército israelense também não conseguiu matá-lo, mas matou a esposa dele e dois dos seus filhos.

Sua capacidade de sobreviver lhe rendeu o apelido de “O Gato de 9 vidas”.

Mas, acima de tudo, ele é conhecido como “O Hóspede”, porque não fica no mesmo lugar mais de uma noite e todos os dias pernoita numa nova casa para escapar da perseguição israelense.

Ele também ficou conhecido com o apelido de “Abu Khaled”, por seu papel em uma peça chamada O Palhaço, na qual interpretou a figura histórica que viveu no período entre as dinastias Omíada e Abássida. Na Universidade Islâmica de Gaza, onde cursou biologia, ele era apaixonado por atuar e tinha um grupo de teatro.

Marwan Issa

 

Assim como Al-Deif, Issa também sobreviveu a ataques de Israel — Foto: REPRODUÇÃO

Assim como Al-Deif, Issa também sobreviveu a ataques de Israel — Foto: REPRODUÇÃO

Marwan Issa, conhecido como “O Homem das Sombras” e braço direito de Mohamed Al-Deif, é o vice-comandante-chefe das brigadas al-Qassam e membro do gabinete político e militar do Hamas.

As forças israelenses o mantiveram preso por cinco anos durante a chamada “Primeira Intifada” devido à sua atividade nas fileiras do Hamas, grupo ao qual se juntou ainda jovem.

Israel o descreve como um homem de “ações, não de palavras” e assegura que ele é tão inteligente que “pode transformar plástico em metal”. O país considera que, enquanto ele estiver vivo, a “ guerra de cérebros” com o Hamas continuará.

Issa se destacou como jogador de basquete e foi apelidado de “O Comando Palestino”. No entanto, ele não progrediu em sua carreira esportiva, pois Israel o prendeu em 1987, após acusá-lo de pertencer ao Hamas.

A Autoridade Palestina posteriormente o deteve em 1997 e só o libertou depois da eclosão do que é conhecido como a “Intifada Al-Aqsa”, em 2000.

Após a sua libertação, Issa desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento dos sistemas militares das brigadas Al-Qassam.

Devido ao seu papel de destaque no Hamas, Issa foi perseguido por Israel, que incluiu o nome dele na lista dos mais procurados e tentou assassiná-lo em 2006 durante uma reunião que incluía Deif e os líderes de primeiro escalão das brigadas Al-Qassam, mas ele só ficou ferido.

Os aviões de guerra israelenses também destruíram a casa dele em Gaza duas vezes, em 2014 e 2021, matando o irmão dele.

O rosto dele só foi conhecido em 2011, quando apareceu em uma foto em grupo tirada durante a recepção de prisioneiros libertados no acordo de troca para a libertação do soldado israelense Gilad Shalit.

Yahya Sinwar

 

Sinwar é o fundador do serviço de segurança do Hamas — Foto: GETTY IMAGES

Sinwar é o fundador do serviço de segurança do Hamas — Foto: GETTY IMAGES

Yahya Ibrahim Al-Sinwar, líder do Hamas e chefe do seu gabinete político na Faixa de Gaza, nasceu em 1962.

Ele fundou o serviço de segurança do Hamas conhecido como “Majd”, que cuida da segurança interna, incluindo interrogatórios de suspeitos de colaborar com Israel. Esse órgão evoluiu para rastrear também os serviços de inteligência e segurança israelenses.

Sinwar foi preso três vezes. A primeira, em 1982, quando as forças israelenses o mantiveram em detenção administrativa durante quatro meses.

Em sua terceira prisão, em 1988, Sinwar foi condenado a quatro penas de prisão perpétua. Enquanto estava na prisão, o tanque do soldado israelita Gilad Shalit foi alvo de um ataque de mísseis do Hamas, tornando-o refém.

Para libertar Shalit, Israel concordou com um acordo de troca de mais de 1.000 prisioneiros dos movimentos Fatah e Hamas, incluindo Yahya Sinwar, que foi solto em 2011.

Sinwar regressou então à sua posição de líder sênior do Hamas e membro de seu gabinete político.

Em setembro de 2015, os Estados Unidos incluíram o nome dele na sua lista de “terroristas internacionais”.

Em 13 de fevereiro de 2017, Yahya Sinwar foi eleito chefe do gabinete político do Hamas.

Abdullah Barghouti

 

Barghouti, especialista em explosivos, continua preso em Israel — Foto: AFP

Barghouti, especialista em explosivos, continua preso em Israel — Foto: AFP

Abdullah Ghaleb Al-Barghouti nasceu no Kuwait em 1972 e mudou-se para a Jordânia após a Guerra do Golfo, em 1990.

Ele obteve a cidadania jordaniana e depois estudou engenharia eletrônica em uma universidade sul-coreana por três anos, quando aprendeu a fabricar explosivos.

Ele não concluiu os estudos porque conseguiu uma permissão de entrada na Palestina.

As pessoas ao redor dele desconheciam suas habilidades na fabricação de explosivos até que, um dia, ele levou seu primo Bilal Al-Barghouti a uma área remota na Cisjordânia e demonstrou suas habilidades, detonando uma pequena quantidade de material explosivo.

Bilal Al-Barghouti partiu para a cidade de Nablus para relatar os detalhes do que tinha visto ao então comandante das brigadas, que pediu que Abdullah se juntasse às fileiras das brigadas al-Qassam.

Abdullah Barghouti trabalhou na produção de artefatos explosivos, detonadores e substâncias tóxicas. Ele criou uma fábrica especial para produção militar em um armazém em sua cidade. O número total de mortos nas operações coordenadas e dirigidas por Abdullah passa de 66 israelenses, além de 500 feridos.

Ele foi preso por acaso em 2003 pelas forças especiais israelenses e interrogado durante três meses consecutivos.

Dezenas de familiares dos israelenses mortos compareceram ao julgamento dele, que recebeu a sentença mais longa da história do país. Outros consideraram a pena mais longa para um prisioneiro na história, com 67 penas de prisão perpétua e um total de 5.200 anos de reclusão.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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