A lista de startups que promete fazer de 2024 o ano do breakeven
O termo em inglês para o equilíbrio de contas, conhecido como “breakeven”, tem sido amplamente discutido entre startups e fundos de venture capital nos últimos meses. Muitas empresas, após reduzirem despesas, estabilizarem produtos e ajustarem suas taxas de crescimento, estão prometendo atingir o equilíbrio entre receitas e gastos em 2024.
Dentre essas empresas estão fintechs como Conta Simples, Creditas, Clara, Cora, CondoConta e Educbank, a startup de fidelidade Dotz, a retailtech Vendah, a healthtech Sami, a edtech Principia e a Tractian, especializada em inteligência artificial para o setor industrial. Algumas delas já alcançaram o ponto de virada em um mês ou trimestre, mas estão buscando atingir o resultado anual. Empresas como Loft e Raízs, que entraram nesse patamar recentemente, enfrentam o desafio de se manter nele.
Gina Gotthilf, cofundadora da Latitud, destaca a importância da mentalidade de “breakeven” e responsabilidade financeira, considerando isso saudável para as startups. Enquanto a perspectiva de queda nas taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos anima investidores, a habilidade do empreendedor e a relação de confiança com acionistas institucionais são vistos como fatores determinantes.
Para Sergio Furio, fundador da Creditas, breakeven e unit economics são temas distintos, com breakeven representando um resultado positivo anual, enquanto a empresa pode ter prejuízo ao criar mercado e construir relacionamentos. Ele enfatiza a necessidade de pensar a empresa para o médio e longo prazo.
A Creditas, buscando lucratividade há cerca de um ano, espera gerar lucro no início de 2024, mesmo diante das taxas nos EUA. Furio destaca a importância da adaptabilidade diante das mudanças de contexto ao longo do tempo.
Empresas como a Clara, de cartões de crédito corporativos, buscam operar no azul, excluindo investimentos em tecnologia e pesquisa. A opção pelo breakeven torna-se crucial na captação de mais capital, refletindo uma mudança nas regras do jogo. Gerry Colyer, CEO da Clara, expressa otimismo cauteloso em relação ao plano da empresa.
A Sami Saúde, atuando em um mercado desafiado por mudanças na regulamentação, navega por um setor em que até mesmo grandes players como a Allianz se retiraram. A healthtech foca em oferecer um serviço mais completo e acessível, conquistando investidores com uma abordagem consciente de expansão.
Marcelo Sato, sócio da gestora Astella, destaca a importância de as startups combinarem eficiência, crescimento e qualidade do produto para atingir o breakeven em algum momento, independentemente do prazo.