Acieg: “Façam negócios com o México, este é o momento”, afirma conselheiro da Embaixada mexicana
"Façam negócios com o México, este é o momento", afirma conselheiro da Embaixada mexicana
O conselheiro da Embaixada do México no Brasil, Marco Antônio Huerta, afirma que, até o final do ano, é um momento essencial para os empresários brasileiros que queiram fazer negócios com o México. “Façam negócios com o México, este é o momento. Agora, Brasil tem uma janela de oportunidades para posicionar produtos em que é mais competitivo”, afirmou. A fala do embaixador se deu durante a palestra “Negócios Brasil-México: Oportunidades e Desafios”, na terça-feira (28), na sede da Associação Comercial Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg). O evento faz parte das capacitações promovidas pela Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex).
O motivo para o cenário positivo é o chamado “Paquete contra la inflación y la carestia” (Pacic), criado para combater a inflação no país. A medida suspende o imposto de importação para produtos que fazem parte do consumo das famílias mexicanas. O pacote está em vigência desde 2022 e, em 2023, o México se tornou o 5º principal parceiro comercial brasileiro. Os dados são do Ministério da Agricultura e Pecuária.
No próximo domingo, dia 2 de junho, as eleições nacionais no país latino podem decidir, inclusive os rumos do Pacic e influenciar, positiva ou negativamente, as exportações brasileiras. Isso porque o pacote tem vigência até o mês de dezembro e não se sabe se haverá a segunda renovação.
“Brasil tem, agora, uma janela de oportunidade para posicionar produtos em que é mais competitivo. Já conseguiram tropicalizar muitos alimentos que países como o México precisam e que dependem principalmente da América do Norte, dos Estados Unidos e do Canadá. Então, este momento é essencial para o México diversificar suas fontes de abastecimento de alimentos. E o Brasil tem uma grande base produtiva agropecuária, que é muito interessante para nós”, ressalta Huerta.
Economia
O presidente da Acieg, Rubens Fileti, explica que palestras como esta são essenciais para que os empresários tenham acesso a informações como estas, trazidas pela Embaixada. “Por isso, até a nossa Feira, em agosto, vamos promover uma série de capacitações como esta e deixar os empresários goianos preparados para as negociações internacionais que podem vir a acontecer.”
“México é a 12ª maior economia do mundo, com um PIB de US$ 1,81 trilhão. Isso demonstra o crescimento e a relevância das relações comerciais para o Brasil”, afirma o presidente da Câmara de Comércio Exterior da Acieg, Getúlio Faria.
Na relação comercial com Goiás em 2023, as exportações que estão à frente são carnes e miudezas comestíveis, que somam R$ 30 milhões. Em segundo lugar, aparece a soja (R$ 16 milhões), seguida de ferro-ligas (R$ 9 milhões) e de couros (R$ 4 milhões). A evolução do saldo as exportações e importações saiu de US$ -5.746.097 em 2019 para US$ 38.264.545 em 2023. Os dados são da Secretaria de Indústria e Comércio do Governo de Goiás (SIC).
Contudo, é preciso ressaltar que existe uma disparidade entre os dados de comércio exterior entre México e Brasil. Afinal, o Brasil calcula em FOB – quando o exportador é responsável pela mercadoria até ela estar dentro do navio, para transporte, no porto indicado pelo comprador. Enquanto o México em CIF – quando a responsabilidade de arcar com os custos de transporte é da empresa solicitante.
Evento
Além da Embaixada, também esteve presente no evento a Câmara de Comércio México-Brasil (Camebra), presentada pelo presidente Miguel Ruiz e o diretor-executivo Dejair Jose Outro palestrante do evento foi o superintendente de Comércio Exterior da Secretaria de Indústria e Comércio do Governo de Goiás (SIC), Plínio Viana. Além disso, o colégio CCAA promoveu uma simulação de negociações em espanhol e o restaurante La Skina organizou um coquetel com comidas típicas para os participantes.