Pílula que imita efeitos de exercícios e do jejum é testada por cientistas
Nutrólogo conta o que já se sabe sobre avanço da chamada ‘Lake’, mas reforça que “não há milagres”
Depois de anos de estudos, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, chegou à fase avançada de testes clínicos da pílula ‘LaKe’, que promete simular os efeitos benéficos do exercício físico e do jejum no corpo humano. Embora ainda esteja em fase de testes, essa descoberta pode revolucionar a maneira como encaramos a saúde e o condicionamento físico, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades em manter uma rotina de exercícios. Quem explica melhor é o médico intensivista e nutrólogo, José Israel Sanchez Robles.
“A molécula LaKe, testada em forma de pílulas, demonstrou em experimentos com ratos, a capacidade de mimetizar a resposta metabólica do corpo ao exercício. Isso inclui o aumento dos níveis de lactato e cetonas, substâncias que o organismo produz naturalmente durante atividades físicas e jejum, ou seja, resultados preliminares indicam uma série de benefícios potenciais para a saúde, como queima de gordura, melhora da saúde metabólica, aumento da sensibilidade à insulina, sensação de bem-estar, e controle do apetite”, explicou o especialista.
Ainda segundo os próprios pesquisadores, a pílula pode ter um papel crucial na prevenção e tratamento de doenças crônicas associadas ao sedentarismo, como obesidade, diabetes e hipertensão. “Caso comprovados os benefícios após todas as fases desenvolvimento deste produto, a LaKe poderia ser particularmente benéfica para pessoas com limitações de mobilidade, permitindo que elas desfrutem de algumas das vantagens do exercício, como a perda de peso e a melhora na saúde mental, sem a necessidade de atividade física intensa”, completa José Israel.
Apesar disso, o médico reforça com veemência que a pílula não é vista como uma solução mágica ou um substituto para a prática de exercícios. “Não há milagres, os benefícios do exercício regular, tanto para a saúde física quanto mental, são inegáveis e continuam sendo fundamentais. A LaKe pode ser encarada como um complemento, oferecendo suporte a quem luta para se manter ativo, mas não deve substituir a atividade física, assim como dificilmente alguma pílula fará”.
Vale lembrar que a pesquisa sobre a pílula LaKe é comentada na imprensa mundial há cerca de 8 anos, mas agora é que está em estágios iniciais de testes, e os cientistas alertam que mais estudos são necessários para avaliar sua segurança e eficácia a longo prazo. Ainda assim, os resultados até agora são promissores e podem abrir novos caminhos no combate ao sedentarismo e suas consequências.
“Enquanto isso, e mesmo após um possível lançamento da Lake, que deve demorar mais alguns anos, a prática diária de exercícios físicos, somada a uma dieta de alimentos saudáveis será sempre a receita ideal para uma vida com mais qualidade e saúde”, conclui José Israel.