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Barroso: “STF resistirá a “ímpeto autoritário” de qualquer lugar do mundo”

Presidente da Corte afirma que se preocupa com uma “nova ordem internacional” em que há um risco para o multilateralismo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira (13) que se preocupa com uma “nova ordem internacional” em que há um risco para multilateralismo e o surgimento de uma “nova onda autoritária”.

“Precisamos resistir, e o STF estará lá para resistir a qualquer ímpeto autoritário que venha importado de qualquer lugar do mundo”, afirmou Barroso. A declaração foi feita durante um evento empresarial em Brasília.

Barroso também disse lamentar a “baixa perspectiva” para o multilateralismo, ao ser questionado sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos. “As relações entre países são baseadas em interesses e devem ser pragmáticas, acho que o Brasil tem diplomacia altamente qualificada, a diplomacia brasileira vai saber lidar com essas questões”, disse o magistrado.

De acordo com o presidente do STF, a eleição de Donald Trump – para presidente dos Estados Unidos – trará algum “impacto que pode ser negativo” na discussão ambiental. “Todo mundo sabe a posição do presidente dos Estados Unidos, já saiu uma vez do acordo de Paris, acho lamentável”, declarou. “Vamos ter um pouco de reversão, pelo menos na articulação global na matéria”, completou Barroso.

“Há demanda no mundo humanista por enfrentar a mudança climática, e se não for enfrentada com a liderança dos Estados Unidos, vão aparecer outras lideranças, quem sabe isso não seja uma oportunidade”, concluiu.

Autoritarismo no Brasil

Barroso também afirmou que não vê nenhuma “ameaça real” de autoritarismo no Brasil neste momento. “Olhando para frente, as opções que o Brasil tem, todas me parecem razoáveis e legítimas”, afirmou.
De acordo com o magistrado, a ameaça autoritária foi “felizmente superada” no Brasil.

“O Brasil vive uma normalidade institucional, com as divergências naturais da vida democrática. O pensamento único só existe em ditadura”, afirmou. “O Congresso está debatendo anistia, o lugar de debate é no Congresso mesmo, a crítica ao Supremo, o lugar é no Congresso mesmo. Vejo com muita naturalidade o que está acontecendo no Brasil, divergências, pontos de vista diferentes”, analisou Barroso.

O magistrado declarou que é preciso “retomar o passo” do crescimento econômico no país. “A questão fiscal e a inflação preocupam, mas o sentimento que se tem é que já caiu a ficha e isso também está sendo equacionado”, completou.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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