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BRASIL 🇧🇷 Anitta turbina desempenho de Lula nas redes ao declarar voto, mas petista segue sem superar Bolsonaro

Na semana em que decidiu declarar o voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a cantora Anitta elevou o patamar do engajamento do petista nas redes sociais. Com 17,6 milhões de seguidores em seu perfil no Twitter — mais do que a soma de Lula (3,8 milhões) e do presidente Jair Bolsonaro (8,4 milhões) —, a artista foi a autora do tuíte mais popular dentre todos que citam textualmente o pré-candidato do PT neste ano, segundo levantamento da consultoria Bites. Ainda assim, o impulso não foi suficiente para que o petista batesse o desempenho de Bolsonaro nas redes, na semana passada. No sábado, dias depois da declaração de voto, Anitta proibiu o uso de sua imagem em peças de campanha de candidatos do PT.

O perfil de Anitta no Twitter foi o que teve maior alcance ao postar sobre Lula ou Bolsonaro na última semana. Nesse período, a cantora citou o ex-presidente diretamente seis vezes. O post mais popular foi feito no dia 13 de julho: uma foto em que a ela aparece vestida de vermelho, ao lado de um poste de poledance. A imagem foi capturada do videoclipe de seu novo single com o rapper Filipe Ret, “Tudo Nosso”, e editada. A publicação teve cerca de 360 mil curtidas e 40,1 mil compartilhamentos. Números significativos se comparado ao segundo post no ranking, da influencer e atriz Maria Bopp, com 210,4 mil curtidas e 35,8 mil compartilhamentos.

Outros dois tuítes da cantora foram os mais compartilhados sobre Lula e Bolsonaro na semana passada, o que mostra a dimensão da popularidade de Anitta. Além disso, a resposta do ex-presidente à artista, quando ela declarou voto nele, foi a publicação de Lula mais retuitada neste ano, com 22,6 mil compartilhamentos

O levantamento feito pela Bites também traz um ranking dos tuítes que citam Lula e tiveram maior repercussão no ano (veja ao fim do texto). A lista, que também conta com posts da cantora Ludmilla e do ator e humorista Fernando Caruso, mostra a importância de artistas e influenciadores para impulsionar o desempenho digital do petista. Mas até o momento, de acordo com o diretor-adjunto da Bites André Eler, a campanha do ex-presidente ainda não soube explorar essa estratégia da melhor forma possível.

— Tem um problema da campanha do Lula que ainda não sabe aproveitar tão bem essas oportunidades nas redes. Lula conseguiu ter bons momentos repercutindo a Anitta, mas ele poderia fazer um uso maior disso, não só da Anitta. Outros dos melhores momentos dele no ano foram com a Ludmilla, com a Deolane Bezerra: são pessoas com tendência mais de esquerda que falam com jovens, mas não necessariamente para a bolha de pessoas interessadas por política, que seguem Lula ou que são petistas. Falta um pouco para aproveitar essa oportunidade — avalia.

Diante da ampla repercussão da dobradinha Anitta-Lula, o presidente Jair Bolsonaro reagiu prontamente. Sua estratégia foi ignorar nas redes o posicionamento da artista, um de seus alvos favoritos no ambiente digital, e investir em um caso de comoção pública — a prisão do médico Giovanni Quintella Bezerra, acusado de estuprar uma gestante durante o parto no Rio de Janeiro — para promover uma das pautas populares entre seus apoiadores, a crítica aos direitos humanos.

De acordo com o relatório da Bites, esse post de Bolsonaro representou sua melhor performance digital na última semana, especialmente por causa de sua publicação no Instagram sobre o tema.

Além disso, Bolsonaro também teve melhor performance que Lula em outro caso que pautou o debate público na semana passada: a morte do tesoureiro petista Marcelo Arruda, assassinado a tiros por um apoiador do presidente em sua festa de aniversário, em Foz do Iguaçu (PR). De acordo com a Bites, em dois dos cinco tuítes de Bolsonaro que mais repercutiram no período, ele tentava se dissociar do episódio.

Para a estratégia digital do presidente, a escolha por explorar os dois crimes em debate na última semana se mostrou correta. Com isso, segundo a Bites, ele seguiu liderando em performance e engajamento nas redes em relação a Lula, mesmo com o impulso de Anitta ao petista.

— Evidentemente, Bolsonaro construiu um poderio digital ao longo dos últimos sete ou oito anos, que agora consegue fazer frente ao crescimento de outros candidatos, mesmo que esses outros candidatos, no caso o Lula, estejam em um bom momento, com um bom ritmo de crescimento. Tem um mérito dessa construção de uma rede em torno do Bolsonaro, que para o Lula não vai ser trivial fazer em três meses. A campanha do ex-presidente já está construindo, de certa forma, principalmente desde o fim do ano passado, mas começou mais tarde. E ainda não tem aquele impulso na rede como o Bolsonaro tem — analisa Eler.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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