BRASIL 🇧🇷 PF descobre quem foi o responsável pelo plano que pretendia resgatar Marcola
O homem que planejou resgatar Marco Willians Herba Camacho, o Marcola, é apontado pelas investigações como o responsável pelas ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Bolívia. Devanir de Lima Moreira, 46, o Deva, também já trabalhou como agente de turismo antes de entrar no mundo do crime, de acordo com a Polícia Federal (PF).
O criminoso está foragido desde 2017, mas em 2006 esteve com Marcola no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau 2, pouco depois de presos da facção criminosa terem sido transferidos para lá. Como resposta a essa medida, o PCC coordenou mais 300 ataques em São Paulo, causando uma onda de violência que deixou 564 mortos.
Deva foi transferido para a unidade onde estava Marcola no mês seguinte aos atentados. Mas, segundo a reportagem do “Uol”, não é possível confirmar se eles conviveram na unidade prisional.
Tentativa de resgate
Marcola cumpre pena de 342 anos por roubos a carros, bancos e empresas de valores nos anos 1980 e 1990, além de ter sido o mandante de chacinas que ocorreram dentro da Casa de Detenção, no Carandiru. Ele pretendia ser resgatado utilizando a tática intitulada de “novo cangaço”, com criminosos armados com fuzis e explosivos.
Entretanto, investigadores da polícia descobriram o plano e deflagraram uma operação no dia 10 de agosto. Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Marcola em Alphaville, na Grande São Paulo, e em Brasília, Santos (SP), Presidente Prudente (SP), Campo Grande (MS) e Três Lagoas (MS).
Transferido em março deste ano do presídio federal de Brasília para Porto Velho (RO), Marcola questionou o advogado Bruno Ferullo Rita em junho, cobrando que o “Dr. Alexandre” viesse “o mais rápido possível”.
Para os investigadores, “Dr. Alexandre” é na verdade um código usado pelo bandido para se referir a Deva, incumbido pelo resgate. Um mês e meio depois, Marcola voltou a usar a mesma mensagem cifrada em diálogo com a esposa Cynthia Giglioli da Silva.
“Eu tô pedindo faz três meses de um advogado que cuida da instância superior, o Dr. Alexandre, e ele não me dá nenhuma resposta sobre se o cara vai vir aqui me requisitar ou não, entendeu? (…). Se o cara vai vir ou não vai. Se não vai, fala logo que não vai. Que pelo menos eu contrato outra pessoa”, disse.
Para a PF, essa era a indicação para que Deva colocasse o plano de resgate em prática imediatamente.
Deva cumpriu pena por formação de quadrilha e envolvimento em três roubos e em 2015 passou ao regime semiaberto por ter cumprido um sexto da pena. Entretanto, está foragido desde 2017.