BRASIL 🇧🇷 Aras demonstra irritação após operação contra empresários bolsonaristas
O procurador-geral da República, Augusto Aras, ficou irritado após a operação deflagrada nesta terça-feira (23) contra empresários bolsonaristas. A ação da Polícia Federal foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, os relatos são de que Aras avalia que a decisão de Moraes pode minar os esforços que têm sido feitos por membros do Executivo e do Judiciário para entrar em harmonia. Consequentemente, as declarações golpistas do presidente Jair Bolsonaro (PL) devem continuar, em vez de parar.
Aliados de Bolsonaro entendem que seria importante costurar um acordo com Moraes, agora também presidente do Tribunal Superior Eleitoral, para atender demandas feitas pelas Forças Armadas em relação às urnas eletrônicas – constantemente atacadas por Bolsonaro, inclusive na sabatina do Jornal Nacional.
De acordo com a Folha, em conversas com aliados, Aras declarou que ficou incomodado porque a PGR só foi intimada a acompanhar as ações contra os empresários bolsonaristas na segunda-feira (22), véspera da operação. Dessa forma, a Procuradoria Geral da República teve pouco espaço para opinar sobre a decisão de Moraes.
Segundo informações da CNN Brasil, Alexandre de Moraes notificou o gabinete de Augusto Aras às 14h41 de segunda-feira. A intimação foi assinada por uma servidora que trabalha com o PGR.
Operação contra empresários
A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (23) mandados de busca contra empresários bolsonaristas que em um grupo de mensagens defenderam um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) vença Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais marcadas para o início de outubro. As informações são da Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, as buscas foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação da PF tem como alvos: Luciano Hang (Havan), José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), José Koury (Barra World Shopping), Afrânio Barreira (Grupo Coco Bambu), André Tissot (Grupo Serra), Meyer Nirgri (Tecnisa), Ivan Wrobel (Construtora W3) e Marco Aurélio Raimundo (Mormai).
As mensagens em tom golpistas foram reveladas inicialmente pelo portal “Metrópoles” e mostram diálogos anti-democráticos em caso de vitória de Lula, candidato que lidera as pesquisas de intenção.
Segundo a “Globonews”, os mandados são cumpridos em cinco estados diferentes: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.
Na última quinta-feira (18), Bolsonaro se irritou ao ser questionado sobre o teor anti-democrático das mensagens de empresários que são seus apoiadores. O presidente chegou a chamar de ‘fake news’ a notícia de que empresários estariam defendendo um golpe. O Yahoo! checou a fala do presidente e concluiu que fala de Bolsonaro é enganosa.