FUTEBOL ⚽️ CBF começa a combater racismo, homofobia, machismo e violência no futebol
O racismo e a homofobia são uma pauta mais que necessária nos dias de hoje. E a CBF, Confederação Brasileira de Futebol, criou uma série de ações para combater todo o tipo de discriminação dentro e fora do campo.
Um símbolo contra a intolerância estará estampado nas camisas dos jogadores nas partidas que vão até domingo (28), no Brasileirão, nas séries A e B, e na Copa do Brasil.
“Nós queremos combater o racismo de uma forma veemente e a violência também no futebol. Essa iniciativa nossa envolve o mundo. A Fifa vai estar presente, a Conmebol vai estar presente, as federações vão estar presentes”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Casos aumentaram na pandemia
Depois de um 2020 de pico da pandemia, menos público nos estádios e futebol paralisado por alguns meses, os números da intolerância voltaram a subir.
Segundo a CBF, houve uma crescente histórica na curva de casos envolvendo homofobia, racismo e outros comportamentos de ódio no futebol brasileiro.
A confederação contabilizou mais de 100 casos de discriminação no nosso futebol em 2021, segundo o levantamento.
“Nós temos dois fatores que levaram a essa subida da tabela. Primeiro é uma maior conscientização de torcedores, jogadores, da mídia, que está cobrindo mais as denúncias dos jogadores. Mas, de outro lado, nós temos um aumento do discurso de ódio no Brasil e no mundo”, afirma o diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho.
Organizações unidas
A proposta será apresentada nesta quarta-feira (24), durante o Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, na sede da entidade, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
A ação acontece na semana em que autoridades políticas, dirigentes e personalidades do esporte e da cultura vão debater o ódio e a violência no futebol.
A proposta de se criar uma ação contra a violência no futebol não é tão recente. Há oito anos, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol vem catalogando casos de racismo, homofobia, xenofobia e machismo no esporte.
Mas, pela primeira vez, a Confederação Brasileira de Futebol está dando apoio logístico e financeiro a esse trabalho. Nesta quarta-feira (24), serão apresentados os dados do último relatório, referente a 2021.
Penas serão aplicadas
O levantamento feito até julho de 2022 já mostra um grande registro de violência feito em estádios no Brasil e no exterior. Além de apoiar a pesquisa, a CBF promete aplicar penas mais rigorosas nestas situações.
A CBF vai propor aos clubes das quatro divisões nacionais que casos de racismo sejam punidos com a perda de pontos a partir do próximo ano.
Para a medida passar a valer, contudo, será necessária a aprovação dos clubes nos congressos técnicos que antecedem as competições. Se houver a aprovação da maioria, a determinação será incluída no Regulamento Específico das competições.
“Eu defendo que as punições têm de ser desportivas. As multas, muitas vezes, são derrubadas ou diminuídas”, disse Ednaldo Rodrigues.