Bolsonaro desautoriza Mourão por criticar invasão russa e não condena Putin
Os chefes de governo que não estavam articulando uma solução diplomática após a invasão russa da Ucrânia, nesta quinta (24), passaram o dia debruçados fazendo contas e preparando seus países para o impacto econômico e social decorrente do conflito. Menos Jair Bolsonaro, que se dedicou ao que mais gosta de fazer: campanha eleitoral.
Deixando as questões diplomáticas para o Itamaraty e econômicas para a equipe do governo e os líderes do centrão, Bolsonaro foi a São José do Rio Preto, no interior paulista, ao lado do ministro da Infraestrutura e seu pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio Gomes de Freitas, inaugurar obras, fazer comício e participar de motociata.
Na ausência de um chefe de governo dando expediente, o vice-presidente Hamilton Mourão criticou Putin e a invasão. “O Brasil não está neutro.
O Brasil deixou claro que respeita a soberania da Ucrânia, então Brasil não concorda com uma invasão”, disse. Comparou as ações do governo do russo às da Alemanha nazista pré-Segunda Guerra e disse não acreditar que apenas sanções econômicas funcionarão. Como o general é sistematicamente desautorizado por Bolsonaro, alertamos que era necessário esperar. E não deu outra. Em sua live semanal, na noite desta quinta, Bolsonaro desautorizou a declaração de Mourão, sem citar o nome do vice, dizendo que é ele quem trata dessas questões.