BRASIL 🇧🇷 Motoboys organizam paralisação dos aplicativos; Veja as reivindicações da categoria
Motoboys autônomos de ao menos quatro estados, articulam uma paralisação para o dia 25 de janeiro, a primeira sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da colunista e jornalista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo.
De acordo com ela, a mobilização deve se concentrar em centros comerciais do país, pontos de coleta e em frente aos escritórios do Ifood, um dos principais aplicativos de entregas do mercado.
A aliança formada pelos motoboys reivindicará melhores condições de trabalho, maior participação nas discussões promovidas pelo governo sobre a regulação dos aplicativos e a criação de um fundo social para a proteção de trabalhadores do segmento, entre outros pontos.
Líder do movimento em São Paulo, Jr. Freitas, que também é um dos dirigentes da recém-criada ‘Aliança dos Entregadores de Aplicativos (AEA)’, que organiza a mobilização, disse que ao menos 13 mil pessoas de todos os estados brasileiros já participam de grupos de WhatsApp criados para organizar a paralisação.
Apesar de a regulação do trabalho intermediado por aplicativos ter sido uma bandeira do presidente durante a campanha e estudada durante a transição, na avaliação de articuladores da paralisação o petista dialoga muito com centrais sindicais e pouco com motoboys independentes.
“Eles têm o costume de escutar apenas as lideranças, mas não escutam mesmo o trabalhador que está na rua todo dia e que está sendo explorado”, afirma Jr. Freitas.
De acordo com ele, alguns trabalhadores preferem continuar com os aplicativos, desde que haja regulamentação da categoria.
“As centrais querem regulamentar a categoria colocando regime CLT. Só que a categoria é fragmentada. Uma parcela prefere continuar com os aplicativos, desde que tenha uma regulamentação”, disse o dirigente da AEA.
Ele explica que a ideia de levar a paralisação aos postos de coleta e às sedes de empresas de aplicativo no dia 25, é pressionar por reajustes imediatos, antes mesmo que haja uma regulação da modalidade pelo governo federal.
“Se precisar [esperar o governo] fazer uma regulamentação para conseguir um aumento, até lá a categoria morre”, diz Freitas.