BRASIL 🇧🇷 Bolsonaro diz que Dom Phillips ‘era mal visto’ na Amazônia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (15) que Dom Phillips, jornalista britânico que está desaparecido na área do Vale do Javari, no Amazonas, era “mal visto” na região porque fazia “muita matéria contra garimpeiro”. Além de Phillips, o indigenista brasileiro Bruno Pereira também está desaparecido.
Ainda segundo o mandatário, os dois “resolveram entrar numa área completamente inóspita sozinhos, sem segurança e aconteceu o problema”.
Esse inglês era mal visto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele”, disse Bolsonaro.
“Ele tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio e resolveu fazer uma excursão. A gente não sabe se alguém viu e foi atrás dele, lá tem pirata no rio, lá tem tudo que possa imaginar”, acrescentou.
O chefe do Executivo também falou que Bruno e Dom deveriam andar armados na região. “É muito temerário você andar naquela região sem estar devidamente preparado fisicamente e também com armamento devidamente autorizado pela Funai, que pelo que parece não estavam.”
Bolsonaro já havia comentado sobre o sumiço dos dois. Segundo ele, ambos estavam em uma “aventura não recomendável” pela Amazônia.
“Profundamente preocupado”
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, falou pela primeira vez sobre o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips, e afirmou estar “profundamente preocupado”.
“Como todos aqui no Parlamento, estou profundamente preocupado com o que pode ter acontecido com ele (Dom Phillips). O Ministério de Relações Exteriores está trabalhando agora com as autoridades brasileiras”, disse Johnson em sessão no Parlamento britânico.
Segundo o primeiro-ministro, ele ofereceu apoio ao Ministério da Justiça brasileiro. “O que nós dissemos às autoridades brasileiras é que estamos prontos para providenciar todo o apoio que eles possam precisar”, disse.
Entenda o caso
A dupla desapareceu quando fazia o caminho entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte e desapareceram, no estado do Amazonas. A informação foi confirmada pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Isolados e de Recente Contato.
Os dois profissionais desaparecidos se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar algumas entrevistas com os habitantes daquela região.
O desaparecimento ocorreu durante o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas, no dia 5 de junho.