BRASIL 🇧🇷 Mourão fala sobre fim das eleições: “Não adianta chorar”
O vice-presidente e senador eleito General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) declarou que ‘não há mais o que chorar’ sobre o resultado das eleições presidenciais. Ele também refutou a possibilidade de ter havido fraude no processo eleitoral e disse que os manifestantes bolsonaristas que promovem bloqueios nas rodovias pedindo golpe militar ‘devem baixar a bola’.
“Nós concordamos em participar de um jogo em que o outro jogador [Lula] não deveria estar jogando. Mas, se a gente concordou, não há mais do que reclamar. A partir daí, não adianta mais chorar, nós perdemos o jogo”, reconheceu o senador eleito em entrevista ao Jornal O Globo.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), eleito com Mourão em 2018, foi derrotado em segundo turno por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no último dia 30. Desde então, centenas de obstruções e bloqueios de estradas são registradas em todo o país, com pessoas pedindo novas eleições ou intervenção militar.
Para Mourão, essas manifestações deveriam ter ocorrido quando Lula recuperou os direitos políticos.
“Deveria ter sido realizado quando o jogador que não deveria jogar foi [autorizado a jogar]. Ali deveriam ter ido para a rua, buzina. Mas não fizeram. Existem 58 milhões de pessoas inconformadas, mas aceitaram participar do jogo. Então tem que baixar a bola.”
Ao longo da campanha, o presidente Jair Bolsonaro questionou em diversas ocasiões a credibilidade do processo eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas. Mourão, por sua vez, descartou a possibilidade de fraude nas eleições. O vice-presidente disse ainda ter “quase certeza” que o seu companheiro de mandato irá à posse para passar a faixa presidencial para Lula.
“Movimentos populares”
O presidente Jair Bolsonaro quebrou o silêncio de mais de 40 horas e falou à imprensa sobre o resultado das eleições e protestos bolsonaristas. Em discurso breve no Palácio da Alvorada, ele classificou como “movimentos populares” os atos que pedem golpe militar no País. Segundo o mandatário, o movimento é “fruto da indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.