O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, assumiu nesta sexta-feira (14) que entregou “uma parte do poder” ao bloco formado por partidos de centro e centro-direita, conhecido como “Centrão”. De acordo com o mandatário, representantes dessa ala ocuparam funções de segundo escalão.
“O Centrão veio para o nosso lado e você não tem notícia de eu ter entregue diretorias de estatais, bancos oficiais, ministério pra eles. Foi um comportamento um pouco pesado no começo. Uma parte do poder entreguei, não vou negar para vocês. O segundo escalão. Entregamos e botamos pessoas para vigiar”, afirmou.
Na ocasião, o governante foi questionado sobre a aproximação com o bloco que ele criticou durante a campanha presidencial de 2018.
Segundo Bolsonaro, hoje os parlamentares desse segmento estão mais alinhados a ele.
“O tal do Centrão, uma forma pejorativa de se dirigir a muitos partidos, está muito mais com a minha cara do que o Centrão de antigamente. Isso que saiu das urnas”, apontou.
Na entrevista, o mandatário disse não haver possibilidade de negociação com partidos de esquerda.
“Você tem o Centrão, uns 300 e poucos deputados, e tem a esquerdalha (PT, PCdoB, PSol e Rede). Com esse pessoal dá para negociar? Não dá”. E completou: “Eu não posso governar sem o Congresso. Eu não posso governar por decreto”.
Sem mencionar as emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, o candidato chefe do Executivo admitiu a priorização de gestores de cidades e estados aliados no recebimento de obras federais.
