BRASIL 🇧🇷 Preso por planejar atentado a bomba em Brasília preparou carta para Bolsonaro: ‘O senhor despertou esse espírito em nós
Preso sob acusação de planejar um atentado a bomba em Brasília dias antes da posse do petista Luiz Inácio Lula da Silva, George Washington de Oliveira Sousa escreveu uma carta destinada ao então presidente Jair Bolsonaro dizendo que tinha adquirido armas por causa dos seus incentivos: “O senhor despertou esse espírito em nós”.
“Jamais desistirei de nossa pátria. O sr. despertou esse Espírito em nós, o Sr. sabe muito bem disso! Hoje sinto orgulho da Nossa Bandeira, de Nossa Pátria Amada Brasil”, escreveu na carta, após dizer que estava longe da família, mulher, filhos e negócios.
O documento foi encontrado pela Polícia Civil nas anotações do seu telefone celular, mas não há informações se a missiva chegou a ser enviada a Bolsonaro. O relatório de perícia transcreveu o rascunho feito por George, mas não detectou o envio.
Na carta, ele conta ser gestor de postos de gasolina no Pará e diz que se deslocou a Brasília em novembro, após o resultado da eleição, para manifestar apoio a Bolsonaro, portando armas e munições. George chega a pedir autorização a Bolsonaro para permanecer armado no acampamento do quartel-general do Exército.
“Peço ao Sr. Presidente ou a qualquer Órgão Militar autorização para permanecer com alguns equipamentos devidamente documentados prontos e em condições de… dentro do camping no QG em Brasília. Jamais, digo jamais para confrontar forças Militares, mas para nos defender (mulheres e crianças), o Sr. Sabe bem de quem temos que nos defender!”, diz na carta.
E continua:
“Em quase todos os Seus Pronunciamentos o Sr. falou “O POVO ARMADO JAMAIS SERÁ ESCRAVIZADO” Só (saio) daqui com a minha família em pé com a Vitória. NÃO ME TIRE ESSA HONRA SR.! Prometo Sr. não portar ostensivo, somente com a devida autorização, porque velado já estou portando.”
A data do rascunho, segundo a perícia, é 14 de dezembro do ano passado.
O atentado a bomba foi planejado por George Washington e outros bolsonaristas acampados no QG do Exército em Brasília, de acordo com a investigação. George teria montado o explosivo e entregue a outra pessoa. O artefato foi colocado em um caminhão de combustível que se dirigia ao aeroporto, mas o motorista do veículo percebeu o objeto estranho e acionou a polícia no dia 24 de dezembro. O explosivo foi desmontado e George Washington foi preso na noite daquele dia.