CARLOS NATHAN | Conheça o novo teste de glicose que usa saliva no lugar de sangue
Especialista explica como funciona e o que se sabe sobre descoberta
Cientistas divulgaram uma das novidades mais recentes que podem mudar a forma de realizar exame de glicose: um biossensor eletroquímico que coleta amostras de saliva ao invés da tradicional agulhada para retirar sangue. Desenvolvido por pesquisadores do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Colgate-Palmolive, a inovação traz o processo de uma forma mais rápida e prática. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica ACS Sensors.
Conforme explica o médico intensivista e especialista em nutrologia, a saliva tem sido utilizada em novos métodos como alternativa para rastreio dos chamados “biomarcadores”.
“Ainda que a nova metodologia de exames exija equipamentos laboratoriais específicos, ela representa um avanço significativo, especialmente por ser menos invasiva. Isso é particularmente benéfico para pacientes com aversão a agulhas, como muitas crianças, além de oferecer uma opção mais eficiente em termos de tempo para o processo de atendimento. Essa inovação reflete um importante progresso na facilitação de procedimentos diagnósticos, alinhando o conforto do paciente com eficácia clínica”, diz o médico.
Para além das facilidades do cotidiano, o especialista ainda lembra que essa tecnologia é a primeira do gênero a detectar glicose na saliva humana.
“A perspectiva futura é que esses avanços possam facilitar o monitoramento da saúde em ambiente domiciliar, oferecendo uma abordagem menos invasiva e mais acessível. Isso é particularmente relevante para indivíduos com condições crônicas, como o diabetes, onde o monitoramento contínuo é fundamental. Tal inovação não só aprimora a autonomia dos pacientes na gestão da própria saúde, mas também contribui para um acompanhamento mais eficiente e adaptado às suas necessidades cotidianas”, afirmou.
Ainda sobre o novo método de teste de glicose pela saliva, os pesquisadores afirmaram que os experimentos retornavam resultados em 30 segundos, permaneciam estáveis na saliva não diluída por até três dias e mantinham a sensibilidade por até uma semana, se lavados após cada uso. Ou seja, em breve é algo que tornaria o uso fácil para ser realizado em casa sem auxílio de um profissional.
Apesar disso, ainda não há informações de quando a novidade estará disponível para uso nos laboratórios.