Debate e caminhada marcam o mês de conscientização da Alopecia Areata em Goiânia
Grupo de pacientes realiza encontro para discutir impacto da doença que pode atingir homens e mulheres de diferentes etnias e idades
Setembro é o mês de conscientização sobre a Alopecia Areata, uma doença autoimune que provoca a queda de pelos, tanto no corpo quanto no couro cabeludo. A enfermidade afeta ambos os sexos, todas as etnias e pode surgir em qualquer idade. O objetivo do mês de conscientização é aumentar a visibilidade da causa, contribuir para a diminuição do preconceito e ajudar os pacientes a lidar com a doença.
Para debater o impacto da doença, um grupo, de 50 pacientes mais familiares, vai se reunir no dia 28 de setembro (sábado), no colégio Arena, às 8h. Em uma roda de conversa, os participantes têm o objetivo de falar sobre a relação com a doença e o significativo impacto emocional, psicossocial e mental que pode causar no dia a dia. Ao final do encontro, o grupo fará uma caminhada até o Parque Vaca Brava onde balões da cor laranja serão soltos para marcar a data.
Na roda de conversa, o grupo vai discutir como a doença afeta a autoestima e a saúde emocional de mulheres, homens e crianças; como a ausência do controle sobre a própria fisionomia e a constante preocupação com a aparência acaba por se tornar um fator de estresse; e como lidar com a falta do cabelo, um importante elemento estético, que permite a expressão do estilo pessoal do indivíduo e possui representações simbólicas a respeito da beleza, do cuidado, da força e do poder.
A incidência estimada ao longo da vida de desenvolver Alopecia Areata na população geral é de cerca de 1,7% (quase 2 pessoas a cada 100 pode desenvolver a doença alguma vez na vida), tanto nas suas formas leves ou graves, por isso é importante conhecer essa doença. A Alopecia Areata é uma doença que pode se desenvolver de diferentes tipos, sendo os principais: Alopecia Areata em placas, formam-se áreas arredondadas (ou com outros formatos) sem cabelo no couro cabeludo; Alopecia Areata Total, com a perda de todo o cabelo no couro cabeludo; e a Alopecia Areata Universal, com a perda de todos os fios do couro cabeludo e do corpo.
De acordo com a Dra. Lorena Dourado Alves, que é médica dermatologista, com formação em Tricologia (ciência que estuda os cabelos) e coordenadora do ambulatório de cabelos da Universidade Federal de Goiás, “além da perda brusca de cabelos, a Alopecia Areata é uma doença que não possui nenhum outro sintoma. É uma doença genética e autoimune na qual o organismo da pessoa começa a “atacar” seu próprio fio de cabelo, gerando um processo inflamatório na base do pelo, o que leva à queda do cabelo. É uma inflamação, não cicatricial, que não chega a destruir o fio do cabelo, dessa forma, o cabelo pode voltar a nascer no local”. A médica dermatologista explica que “há vários tratamentos disponíveis, dependendo do grau de acometimento de cada paciente definimos o tratamento”. No entanto, ela ressalta que o tratamento para alopecia é longo e que deve ser específico para cada paciente.
Em janeiro deste ano, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 801/22, que equipara indivíduos com Alopecia Areata a pessoas com deficiência para todos os fins legais. O texto, de autoria do deputado Fred Costa (PRD-MG), altera o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015). “Precisamos mencionar que essa é uma condição que afeta de forma significativa a autoestima, a saúde emocional e até mesmo o aspecto financeiro do indivíduo”, disse o relator, deputado Sargento Portugal (Podemos-RJ). Além do impacto biopsicossocial causado aos pacientes, o relator pontua ainda que indivíduos com a enfermidade têm mais chance de apresentar doenças autoimunes como tireoidite, doença inflamatória intestinal, dermatite atópica, entre outras.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) podem ser consideradas deficiências condições que gerem: desigualdade, em razão de problemas no corpo; limitações para atividades, gerando desafios; e restrições na execução de tarefas diárias normais. No momento, o projeto está na Comissão de Saúde, nas mãos da relatora Rogéria Santos (Republicamos–BA) e depois do parecer da deputada, segue para análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso o projeto não tenha nenhuma emenda, segue direto para o plenário do Senado Federal para aprovação.
Fonte indicada para entrevista: Dra. Lorena Dourado Alves
Serviço:
O que: Encontro de conscientização sobre a Alopecia Areata
Data: 28 de setembro de 2024 (sábado)
Horário: às 8h
Local: Colégio Arena (Rua T-54, Av. T-3 – St. Bueno)
Parque Vaca Brava