Discurso de Lula acende pisca-alerta de aliados
"Se Lula apostar na polarização Brasil afora, como Lula deu a entender a muitos, os aliados é que ficarão fora da briga, com risco eleitoral"
A fala do presidente Lula na convenção eleitoral do PT deste fim de semana balançou a frente ampla que apoia o governo. Ao dizer que a eleição de 2024 será novamente Lula versus Bolsonaro, o presidente deu a entender a muitos políticos que apostará na polarização entre o petismo e o bolsonarismo, o que vira um risco para os partidos de centro, em especial, os aliados que têm mais prefeituras que o PT de Lula e o PL de Jair Bolsonaro.
O prazo de filiação partidária só termina seis meses antes das eleições, ou seja, em abril do ano que vem. Mas o quadro atual do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresenta o PSD de Gilberto Kassab na liderança em número de prefeitos, 968, seguido pelo MDB, com mais de 800; o PP, 712, e o União Brasil, 564. Todas as siglas com um pezinho no governo Lula. O PL de Bolsonaro tem 371 e o PT, 227. Se Lula apostar na polarização Brasil afora, como Lula deu a entender a muitos, os aliados é que ficarão fora da briga, com risco eleitoral.