ESTADO 🏙 Saneago investe em ações de eficiência energética
Para levar água até a sua casa, o caminho do manancial à torneira é longo. E, nesse trajeto, a energia elétrica é essencial para acionar as unidades do sistema de abastecimento – captação, estação de tratamento, estações elevatórias, entre outras.
No manancial de captação, as enormes bombas recolhem a água e direcionam para a Estação de Tratamento, onde a água passa pelos processos de coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção. Para que isso aconteça, há sistemas de bombeamento, de controle e automação, que utilizam eletricidade.
Em seguida, a água é bombeada para os reservatórios e ao longo da rede é impulsionada para chegar com pressão suficiente às caixas d’água dos imóveis, mesmo com as variações topográficas, com o uso das estações elevatórias, que utilizam bombas elétricas, que fazem a água alcançar a parte alta das cidades.
E, nas redes de distribuição, que levam a água para todos os imóveis, a energia elétrica também é usada para ações de prevenção aos vazamentos, como as válvulas redutoras de pressão e os sistemas day night. Por tudo isso, em Goiás, a Saneago é a maior cliente da concessionária de energia elétrica.
Eficiência energética
Além disso, a Saneamento de Goiás S. A. conta com equipes especializadas na gestão de energia elétrica, engenharia elétrica, mecânica e de automação, que atuam focadas em aumentar a eficiência energética dos sistemas e garantir que, em situações de intermitências no fornecimento da eletricidade, sejam minimizados os impactos nos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
Pensando nisso, a Companhia está tomando medidas para diversificar a compra de energia e já está adquirindo do chamado Mercado Livre de Energia, o que gerará até 2023 uma economia de 22,67% no custo com as contas de energia das unidades que foram migradas. A meta é garantir que pelo menos 50% da energia utilizada nas unidades da Saneago seja adquirida no mercado de livre negociação.
O Supervisor de Gestão de Energia da Saneago, Osmar Qualhato, afirma que a adesão ao Ambiente de Contratação Livre (ACL) é um avanço na gestão energética. “Após a migração das 70 maiores contas, a Companhia economizará mais de R$ 2,8 milhões por mês, somente com essa contratação no Ambiente de Contratação Livre”, afirma o gestor, que também é engenheiro eletricista.
Sustentabilidade
De olho na sustentabilidade ambiental e financeira, foi implantada uma usina fotovoltaica na área do Centro de Reservação Ipiranga, em Goiânia, com capacidade de 75 kilowatts-pico (kWp), além de estudos para ampliar a utilização dessa fonte renovável em todas as cidades com contrato ativo com a Saneago, totalizando quase mil contas de energia do grupo B, que compram energia de baixa tensão, com tarifa mais cara.
“Nós optamos pela Geração Distribuída (GD). Vamos utilizar a energia gerada pelas placas solares fotovoltaicas para abater o consumo das unidades que utilizam baixa tensão para funcionar, como escritórios. Assim, buscaremos reduzir em pelo menos 20% as despesas com energia elétrica nas unidades atendidas pela GD”, explica Osmar Qualhato.
Para atingir esse objetivo, serão instalados painéis solares em várias unidades da Companhia. Na Sede e em outras unidades com grande número de funcionários, os estacionamentos serão cobertos pelas placas solares, aproveitando espaço e estruturas já existentes para gerar mais energia.
Garantia contra faltas de energia
Anápolis foi uma das cidades mais afetadas pelas faltas de energia no último ano. Algumas unidades do sistema de abastecimento do município, como a Estação de Tratamento de Água Piancó, chegou a ficar mais de 19 horas ininterruptas sem eletricidade.
No Sistema Piancó, são captados 1.010 litros de água por segundo, demandando uma quantidade muito grande de energia. São quatro bombas de 900 CV funcionando 24 horas por dia, além dos quadros de comando e sistemas de automação.
Para suprir essa demanda de energia, seriam necessários pelo menos 26 geradores de grande porte, com capacidade de 500 kVA, cada um consumindo mais de 50 litros de diesel por hora e ocupando uma área de aproximadamente 1.000 m², o que leva à inviabilidade técnica.
Para garantir um fornecimento regular de energia, está em projeto uma subestação de alta tensão própria, com fornecimento de 138kV, bem próxima à captação do Piancó, o que reduzirá a dependência da rede que atualmente atende as unidades da Saneago em Anápolis, visto que será abastecida pela energia do Ambiente de Contratação Livre.
Região Metropolitana de Goiânia
O Sistema Produtor Mauro Borges, que utiliza a água armazenada no Reservatório do Ribeirão João Leite, foi projetado pensando também na eficiência energética. Para abastecer Goiânia e parte da Região Metropolitana, a unidade também utiliza força da água que passa pela Barragem do Ribeirão João Leite para gerar energia elétrica.
Isso é possível durante os meses de chuva em que a água do reservatório está vertendo, ou seja, quando a água acumulada atinge um nível superior ao da barragem, formando uma “cachoeira” com 38 metros de altura.
Além disso, existe uma Central Geradora Hidrelétrica na unidade que utiliza parte da vazão ecológica do reservatório para girar uma turbina acoplada a um hidrogerador que produz energia elétrica 24 horas por dia durante o ano todo”. A vazão ecológica é a quantidade de água que deve fluir no leito do Ribeirão João Leite para atendimento das demandas do ecossistema aquático, para preservação da flora e da fauna de sua bacia hidrográfica.
Pela sua localização, na parte alta de Goiânia, o Sistema Mauro Borges utiliza também a força da gravidade para abastecer praticamente toda sua área de influência, reduzindo a necessidade de bombeamento da água tratada ao longo do sistema de distribuição. “Hoje, gastamos menos energia para cada metro cúbico, após a entrada em operação do Complexo”, conta o Superintendente Regional de Operações da Região Metropolitana de Goiânia, Alexandre Gomes.
Com essas medidas, a Saneago busca aumentar a eficiência na utilização da energia elétrica, reduzindo custos financeiros e fomentando ações sustentáveis e de conservação ambiental. Tudo isso reflete também no abastecimento de água com qualidade, quantidade e estabilidade à população.