
Ex-assessor de Bolsonaro é preso por ordem de Moraes: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, por tentativa de obstruir a investigação sobre o golpe de Estado.
Moraes também abriu um inquérito contra Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz. Kuntz havia admitido ter conversado com o tenente-coronel Mauro Cid sobre seu acordo de delação.
Segundo o ministro, ambos tentaram obter dados sigilosos da colaboração premiada de Cid – o mesmo motivo que levou à prisão preventiva do general Walter Braga Netto.
Ex-assessor de Bolsonaro é preso por ordem de Moraes
O ministro deu um prazo de até 15 dias para que Câmara, Kuntz e Cid sejam ouvidos pela PF. Moraes apontou que Kuntz manteve “conversas realizadas pelo Instagram e por meio de contatos pessoais na Sociedade Hípica de Brasília” enquanto Câmara estava preso.
O próprio advogado confessou ao Supremo ter falado com Cid por um perfil que seria da esposa do delator, mesmo com Cid proibido de usar redes sociais, conforme revelado pela revista Veja.
A prisão preventiva foi justificada pelo “perigo gerado pelo estado de liberdade do réu”, com Moraes classificando Câmara como “agente de extrema periculosidade” por integrar uma organização criminosa violenta.
O grupo é acusado de “monitoramento de alvos e planejamento de sequestro e, possivelmente, homicídios” de autoridades como o próprio Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Moraes também destacou o “completo desprezo” de Câmara pelo STF, pois o coronel descumpriu medidas cautelares ao manter contato com outros investigados via seu advogado, buscando “descobrir os termos do acordo de colaboração para beneficiar” seu cliente.