Fórmula 1 expõe carro queimado de Grosjean após acidente
Inaugurando a primeira exposição de arte da história da Fórmula 1, que teve seu início nesta sexta-feira em Madri, uma das peças que mais chamou a atenção de quem visitou a F1 Exhibittion foi a que apresenta os destroços do carro que o piloto francês Romain Grosjean guiava no Grande Prêmio do Bahrein no ano de 2020, quando se chocou contra o guardrail e ficou quase 30 segundos cercado pelo fogo.
Depois de passar três dias internado em um hospital, Grosjean não voltou a competir pela Fórmula 1 e foi substituído pelo brasileiro Pietro Fittipaldi. No ano de 2021, o piloto francês migrou para a Fórmula Indy, quando defendeu a equipe Dale Coyne, mas se transferiu, em 2022, para a Andretti.
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Romain GrosjeanAutomobilista franco-suíço
À época, o piloto, que passou 28,7 segundos dentro do carro disse que lembrou do episódio de Niki Lauda e chegou a aceitar a morte: “Pra mim pareceu mais de 1 minuto. Quando o carro parou, abri os olhos e soltei meu cinto de segurança. Meu primeiro pensamento foi ‘vou esperar até que alguém venha e me ajude’. Eu não estava estressado e obviamente não sabia na hora que havia fogo, mas olhei para a esquerda e vi fogo. Tentei foi subir pela direita, mas não funcionou. Voltei pela esquerda, não funcionou. Sentei-me novamente e pensei em Niki Lauda, seu acidente, e pensei ‘não pode ser assim a minha última corrida’. De jeito nenhum. Tentei sair de novo, mas eu estava preso. Então eu voltei pro banco e chegou o momento mais difícil: quando meu corpo relaxa. Fiquei em paz comigo mesmo e senti que ia morrer. Comecei a me perguntar: ‘Vai queimar o meu sapato, o pé ou a mão? Vai ser doloroso? Como vai começar?’. Mas pensei nos meus filhos e eu disse ‘não, eles não podem perder o pai hoje’. Decidi virar meu capacete para o lado esquerdo e depois tentar torcer meu ombro. Percebi que meu pé estava preso no carro, então eu puxei o máximo que pude e meu pé saiu da sapatilha. Fiz de novo e meus ombros doeram; e eu sabia que ia pular”.