Goiânia registra 256 novos casos de HIV
Veja medidas de prevenção e tratamento profilático ao HIV em unidades de saúde de Goiânia. Neste ano, de janeiro a julho, foram registrados 256 novos casos na capital. Maioria (31,91%) tem entre 20 a 29 anos
A Prefeitura de Goiânia alerta a população sobre a importância de medidas preventivas e adoção de tratamento profilático para evitar a infecção pelo vírus Imunodeficiência Humana (HIV). A transmissão do vírus segue presente na população. Em 2024, de janeiro a julho, foram registrados 256 novos casos na capital, sendo que a maioria (31,91%) dos infectados têm entre 20 a 29 anos. Em 2023 foram 635 novos casos, sendo que a faixa etária com o maior número de casos foi de 30 a 39 anos (29,93%).
“A principal forma de contágio é a transmissão sexual, que representa 93% dos casos. Além disso, a transmissão vertical (da mãe para o bebê durante a gestação ou amamentação) e a transmissão por materiais perfurocortantes também são significativas”, explica a gerente de Doenças e Agravos Transmissíveis, Camila Batista.
A Prefeitura de Goiânia disponibiliza testes para HIV nas unidades de Atenção Primária, no Centro de Referência em Diagnóstico Terapêutico (CRDT), e em sete unidades de urgência e emergência: UPA Maria Pires Perillo, UPA João Batista de Sousa Júnior (Itaipu), UPA Novo Mundo, UPA Dr. Paulo de Siqueira Garcia, Cais Campinas e Cais Deputado João Natal (Cais Vila Nova).
No caso de resultado positivo, a pessoa é conduzida para mais exames e tratamento adequado, como explica a coordenadora geral do Centro de Referência em Doenças Transmissíveis (CRDT) Dinamárcia Azevedo. “Inicialmente acolhemos esse paciente, que é registrado no sistema, passa por exames complementares e, em seguida, já começa a receber a medicação necessária que pode ser retirada na farmácia do CRDT”, diz.
Prevenção
Para prevenir a infecção pelo HIV, é importante o uso de preservativos masculinos ou femininos durante as relações sexuais, além do uso de seringas descartáveis. Todas as unidades de saúde do município disponibilizam preservativos para a população em geral.
A coordenadora do CRDT explica que existem dois tipos de profilaxia para o HIV. “Em situações de exposição ao risco, como violência sexual, relação sexual desprotegida ou acidentes ocupacionais com instrumentos perfurocortantes, é recomendada a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). É uma medida de emergência que deve ser iniciada o mais rapidamente possível após a exposição, preferencialmente dentro das primeiras duas horas e no máximo em até 72 horas”, alerta Dinamárcia.
“Já a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é uma medida preventiva que consiste na ingestão de medicamentos antes da relação sexual para preparar o organismo contra o HIV. A pessoa em PrEP deve realizar acompanhamento regular de saúde, com testagens periódicas para o vírus e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)”, informa a coordenadora.
Ela enfatiza a importância da regulação médica para o uso da PrEP: “É importante ressaltar que a PrEP só tem efeito protetor se a pessoa tomar o medicamento conforme a orientação de um profissional de saúde. Caso contrário, pode não haver concentração suficiente das substâncias ativas na corrente sanguínea para bloquear o vírus e, com isso, a pessoa fica desprotegida”, conclui Dinamárcia.
HIV
HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids (da sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Humana, transmitida pelo vírus HIV, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e pelo aparecimento de doenças oportunistas.
O pico na taxa de detecção do HIV ocorreu em 2016, seguido por uma tendência de queda. Em 2023, observou-se um aumento significativo no número de casos em relação ao período de 2020 a 2022, quando a oferta de testes estava reduzida devido à pandemia de Covid-19. “Esse aumento era esperado, pois a ampliação da oferta de testes rápidos e o incentivo ao diagnóstico precoce são prioridades em nossa estratégia de saúde”, explica a gerente de Doenças e Agravos Transmissíveis, Camila Batista.