Goiânia

GOIÂNIA 🌆 25 anos de história: como a cultura foi impulsionada no Centro da Capital

Antiquarista que iniciou suas atividades na região em 1997 conta como o público mudou e como os artistas goianos têm destaque

Mudanças no fluxo de pessoas, alterações do comportamento dos consumidores e movimento de estímulo aos espaços culturais e comerciais para revitalização da região. Esses são alguns dos processos que o Centro de Goiânia viveu nas últimas décadas e que foram fortemente sentidos pelo Antiquário Brechó Goiano. Desde que foi fundado, há 25 anos, o estabelecimento está localizado no Setor Central e contribui para a valorização da área, especialmente por meio de uma série de iniciativas gratuitas que impulsionam o acesso à cultura.

A loja foi criada no início de 1997 e está instalada há seis anos na Rua 3 nº 13, em frente à Praça Dr. Borges dos Santos Dias. Antes disso, ocupou ainda outro endereço no Centro. Seu proprietário, Wanderlei Marques, é apaixonado pelo bairro e não considera instalar o negócio em outra região. “Eu valorizo muito o Setor Central e quero que ele sempre receba melhorias. Nunca pensei em outro bairro para a minha loja, porque o Centro é sinônimo de história e cultura e quero continuar contribuindo com isso por meio do meu trabalho”, ressalta.
Inclusive, o empresário rejeita a ideia de que a área não seria um lugar aceitável para determinados segmentos de comércio, opinião propagada por uma parcela da sociedade, de acordo com ele. “Escolhi o Setor Central para abrir o brechó e antiquário e reafirmo essa decisão há 25 anos, pois é um local de fácil acesso para o público. Com frequência, essa região recebe pessoas de outros bairros de Goiânia, assim como visitantes de outros municípios e estados do Brasil”, detalha Marques.

Contudo, o grande fluxo de pessoas na área nem sempre significou a aceitação do ramo do estabelecimento. Quando iniciou as atividades em 1997, a loja ainda chamava-se apenas Brechó Goiano, pois atuava somente na compra e venda de peças de inverno e roupas usadas de grifes famosas, além de alugar trajes para festas. “Naquela época, a população daqui ainda não tinha o costume de frequentar brechós, como já acontecia em cidades como Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo. Hoje, o goiano está mais consciente e sabe que uma peça que não serve mais para ele pode ser usada por outra pessoa”, avalia o proprietário.

Perfil
Além da mudança de comportamento dos consumidores, que passaram a aceitar os brechós em Goiânia com o tempo, o Antiquário Brechó Goiano acompanhou também a alteração de perfil do público, algo decisivo para agregar o segmento que viria a se tornar a principal vocação do estabelecimento. Em 2010, o espaço começou a comercializar antiguidades, incorporando a palavra “antiquário” ao seu nome. Esse processo não foi planejado, tendo ocorrido naturalmente, como revela Wanderlei Marques.

“Como eu já garimpava peças há muito tempo e possuía um acervo de antiquário parado, decidi colocar algumas delas à venda no mesmo ambiente do brechó e deu certo. A procura dos consumidores pelas antiguidades começou a aumentar bastante, a ponto de o antiquário passar a ter mais clientes do que o brechó”, explica. Hoje, a loja é referência no ramo de antiguidades em Goiás e tem uma grande variedade de itens, como móveis, esculturas, quadros, peças decorativas diversas, louças antigas e outros tipos de relíquias.
Ao começar a trabalhar com antiguidades, Marques percebeu também mais uma mudança no público do Centro de Goiânia. “No começo, as pessoas não tinham muito o hábito de vir ao Setor Central para comprar peças de decoração, ramo que já tinha mais tradição nos setores Bueno, Oeste, Sul e Marista, por exemplo”, relata o empresário. No entanto, ele afirma que esse comportamento do público mudou ao longo dos anos, pois, hoje, muitos dos clientes vão à região para buscar itens decorativos.

Apesar de continuar recebendo presencialmente interessados em antiguidades, o Antiquário Brechó Goiano começou a ter também outro tipo de cliente, o virtual, algo que é visto com positividade pelo dono do espaço. “Com a pandemia de coronavírus, as pessoas ficaram mais em casa e muitas passaram a optar por fechar negócios pelas redes sociais. Além disso, várias delas aproveitaram esse tempo para se desfazerem de itens que não queriam mais e adquirir outros para os ambientes”, expõe Marques, acrescentando que até as medidas de cada peça e outros detalhes são repassados para os clientes virtuais.

Cultura
Seja de maneira presencial ou virtual, o Antiquário Brechó Goiano sempre busca fomentar a cultura em Goiânia, especialmente no Centro. A ideia é contribuir com a revitalização da área e com a valorização de todos aqueles que produzem arte no estado de Goiás. Para isso, o estabelecimento promove diversos eventos e iniciativas, além de contar com a colaboração da própria clientela, que é muito consciente e valoriza tanto a cultura quanto a história, de acordo com Marques.
Uma das iniciativas são as visitações, fazendo com que o espaço funcione como atração cultural. Os interessados podem contemplar o acervo de antiguidades e obras de arte com entrada gratuita. Durante as visitas, os funcionários repassam para os visitantes todas as informações que têm sobre o acervo e sobre cada peça que eles tiverem interesse para que aprendam mais sobre a história e a cultura de Goiás e do Brasil. As visitações podem ser feitas durante todo o horário de funcionamento, que é das 09 às 17 horas, de segunda a sexta-feira, e das 09 às 13 horas, aos sábados.
Também com entrada franca, é realizado um evento todos os sábados, na porta do antiquário. É a Feirinha de Antiguidades, que ocorre há cerca de oito anos e oferece uma série de peças com descontos especiais, principalmente aquelas que foram garimpadas no decorrer da respectiva semana. “A ideia de fazer a Feirinha de Antiguidades surgiu justamente por estarmos no Setor Central, que tem um fluxo de pessoas muito grande”, conta o dono do espaço.

Foi a partir da Feirinha de Antiguidades promovida na porta do Antiquário Brechó Goiano que surgiu um projeto ainda mais ousado e que já conta com quase 60 edições realizadas em Goiânia, desde que teve início em 2017. Trata-se da Feira de Antiguidades da Praça Tamandaré, que reúne no segundo domingo de cada mês cerca de 40 expositores e diversas atrações culturais, sendo o maior evento desse segmento no estado. O projeto foi criado pelo próprio Wanderlei Marques, em conjunto com produtor cultural Erom Bira.
“Vários artistas e empresários do ramo gostaram da Feirinha de Antiguidades e queriam participar dela. Então, como Goiânia ainda não contava com um evento de grande porte nesse segmento, decidimos criar a Feira de Antiguidades da Praça Tamandaré”, relata o proprietário do antiquário. Em seu propósito de valorizar a cultura regional e democratizar o acesso às artes de diversas formas, o empresário elaborou ainda outro projeto.
Intitulado Prosa Cultural, ele foi lançado neste ano e ocorre uma vez por mês. A cada edição, o Antiquário Brechó Goiano recebe um artista goiano diferente para ser entrevistado pelo ator Rômulo Vaz, que também é um dos criadores do projeto. As entrevistas e os bastidores delas são publicados exclusivamente nos perfis do estabelecimento no Instagram e no Tik Tok. Nas duas redes sociais, o perfil é @antiquariobrechogoiano

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo