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GUERRA 💣 Guerra na Ucrânia: Por que Putin agora fala em mobilizar mais de 300 mil soldados?

No começo, o Kremlin negou ter planos de invadir a Ucrânia.

Mais recentemente, o Kremlin negou ter planos de mobilização de reservistas militares.

Consegue enxergar um padrão? Quando se encontra em uma encruzilhada, o presidente russo sempre parece fazer uma escolha pela escalada de uma situação.

Há alguns meses falava-se na expressão “rampa de saída” para Putin — uma chance para o líder russo voltar atrás em seus planos de seguir com a guerra sem que parecesse uma derrota.

Seu último discurso para a população russa não continha sinais de paz para Kiev, nem palavras conciliatórias para os Estados Unidos ou para a Otan. Estava cheio de raiva e ameaças anti-Ocidente e anti-Ucrânia.

Esta é a invasão de Putin. É a guerra dele com o Ocidente. Ele está imerso nessa situação, mas parece determinado a garantir a vitória — tanto sobre a Ucrânia quanto contra o que ele chama de “Ocidente reunido”.

E, para Putin, se isso exigir uso de algum armamento nuclear e a entrada de centenas de milhares de reservistas russos, que assim seja.

  • Vladimir Putin tem sido frequentemente chamado de jogador de pôquer político. Nesta quarta, ele resolveu subir suas apostas em um jogo cada vez mais perigoso.

    Mas é uma aposta. A mobilização — mesmo parcial, como ele apresentou — é algo que o líder do Kremlin queria evitar, temendo resistências entre o público russo a uma convocação mais ampla para o front de batalha.

    Lembre-se, tudo isso deveria ser apenas uma “operação militar especial” (foram essas as palavras usadas no começo do conflito).

    A palavra “guerra” ainda é um tabu na mídia estatal russa. E, se não é uma guerra, por que então a mobilização de agora?

    O problema de Putin é que, praticamente desde o início, sua invasão da Ucrânia não saiu conforme o planejado.

    Os militares ucranianos, apoiados por armas ocidentais, resistiram muito mais do que o Kremlin esperava. As forças armadas russas ficaram atoladas no território do oponente: recentemente, perderam parte do território ucraniano que haviam tomado.

    O Kremlin concluiu que precisa de mais tropas no campo de batalha. Daí o anúncio da “mobilização parcial”.

    Como os russos estão reagindo às notícias? Ouvi opiniões diferentes nas ruas de Moscou.

    “Estou preocupado que este seja apenas o começo”, disse-me um jovem chamado Sergei. “Eu me preocupo que possa haver mobilização total.”

    “Se nossos líderes exigem isso, então devemos cumprir nosso dever”, disse Margarita. “Confio 100% em Putin. Somos uma grande potência.”

    Por fim, dois desafios. Um para Putin, o outro para o Ocidente.

    O desafio de Vladimir Putin é fazer os russos acreditarem que, desde o início, o plano do Ocidente era fazer guerra contra a Rússia (o que não era) e que o objetivo do Ocidente é destruir a Rússia (o que não é).

    Se não fizer isso, ele terá dificuldade em convencer o público da necessidade de mobilização.

    E o desafio para o Ocidente? Como lidar com um líder russo que deixou bem claro que está preparado para usar armas nucleares para evitar uma derrota.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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