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JUDICIÁRIO 👨‍⚖️ O que muda com Alexandre de Moraes na presidência do TSE

Os ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski vão tomar posse como presidente e vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), respectivamente, nesta terça-feira (16).

A relação entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Moraes é tensa e cheia de embates. O ministro é responsável pela abertura de inquéritos como o das fake news, que mira o mandatário e seus aliados políticos, sobre atos antidemocráticos e sobre a declaração de Bolsonaro relacionando a vacina contra a covid-19 à Aids.

Somado a isso, há tempos o presidente da República repete mentiras, além de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e atacar as instituições, como o STF (Supremo Tribunal Federal).

No ano passado, Bolsonaro chegou a protocolar um pedido de impeachment contra Moraes no Senado Federal, mas foi arquivado.

Dito isso, existe uma expectativa acerca de como será a presidência do ministro no TSE em período eleitoral.

Para Isabel Mota, especialista em direito eleitoral e coordenadora de comunicação da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político), Moraes está à altura para comandar o tribunal.

Em entrevista, ela diz que se espera que Moraes garanta a manutenção de uma Justiça Eleitoral célere, efetiva e modelo para o restante do mundo.

Mota afirma ainda que acredita que o ministro dê sequência “à linha altiva e sóbria na condução da chefia do Judiciário Eleitoral” que marcou as presidências dos antecessores Luís Roberto Barroso e Luís Edson Fachin.

Segundo ela, Moraes tem como característica pessoal uma forma mais incisiva no discurso —atuação já percebida no STF. Por isso, é possível que seu comando frente ao TSE seja nesse tom.

“É provável que ele responda de forma mais dura e imediata aos ataques que a Justiça Eleitoral tem sofrido, caso continuem.”

Bolsonaro tem se mostrado um “crítico ácido” de Moraes, lembra Mota.

“Mesmo sem arrefecer nos posicionamentos, ambas as autoridades devem observar a liturgia dos cargos para o bem do Estado Democrático de Direito e preservação do funcionamento regular das instituições.”

A melhor coisa é que Moraes continue realizando um “trabalho efetivo e independente”, afirma ela.

“Deve seguir sem impressionar ou influenciar sua atuação como ministro pela contundência das críticas proferidas pelo Presidente da República.”

Fachin x Moraes

Na semana passada, o ministro Edson Fachin se despediu da presidência do TSE. Ao discursar, ele defendeu as urnas eletrônicas e falou que a democracia se “verga”, mas não se “dobra” com as notícias falsas.

Na avaliação de Mota, Fachin tem um modo “mais contido e sereno”. Já Moraes, que chefiará o TSE em tempos de eleições gerais, vai se expor mais e, por isso, deve agir de modo “mais incisivo e energético” diante dos ataques à Justiça Eleitoral.

“Ele já tem acumulado experiência para dar efetividade ao combate ao que ele mesmo cunha como milícias digitais e que não podem e não devem prosperar ao atentarem contra a democracia.”

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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