Lula agradece à África “por tudo que foi produzido pelos 350 anos de escravidão”
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Na passagem pelo Cabo Verde nesta quarta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula declarou ter gratidão ao continente africano “por tudo o que foi produzido pelos 350 anos de escravidão” no Brasil. Ao lado do presidente caboverdiano José Maria das Neves, o presidente estabeleceu o compromisso de recuperar a relação do Brasil com os países da África.
POLÊMICA – Durante discurso em Cabo Verde, o presidente Lula (PT) fez uma declaração que repercutiu na internet. Ele disse, ao lado do presidente do país africano, que o Brasil tem “profunda gratidão” à África “por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso… pic.twitter.com/bWLZKUy0Zq
— O Tempo (@otempo) July 19, 2023
“Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso País.”
Lula ainda disse que quer “recuperar a relação com continente africano porque nós brasileiros somos formados pelo povo africano, a nossa cultura, nossa cor, nosso tamanho é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus”, disse Lula, ao lado de Maria Neves em Praia, capital de Cabo Verde.
O presidente costuma dizer que o Brasil tem uma dívida histórica com países africanos por causa da escravidão. Ele disse que a “forma de pagamento” possível é investir em tecnologia, formação e ajuda na industrialização e no setor agrícola da África. E informou a pretensão de abrir embaixadas do Brasil em países africanos que ainda não têm.
Repercussão
As declarações do presidente geraram críticas de opositores. Nas redes sociais, parlamentares rechaçar o conteúdo da fala do presidente sobre o período da escravidão. Uma delas veio do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Em uma publicação em inglês, questionou: “Essa afirmação poderia ser mais infeliz?”.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que a esquerda estava em “silêncio” após o pronunciamento do petista e sugeriu que a repercussão seria outra se tivesse “saído da boca” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).