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Maduro prende candidato oposicionista; Lula chama Mauro Vieira

Decisão da Justiça da Venezuela de prender o candidato oposicionista Edmundo González foi percebida como “inaceitável” e “péssimo sinal” por interlocutores próximos do presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se reunir nesta terça-feira (3) com o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, para discutir o agravamento da crise na Venezuela após ordem de prisão do candidato oposicionista Edmundo González.

A decisão da Justiça da Venezuela, que atende a um pedido feito pelo Ministério Público do país, foi percebida como “inaceitável” e “péssimo sinal” por interlocutores próximos do presidente Lula.
O Brasil continuará sem reconhecer a vitória de Maduro e exigindo a apresentação das atas eleitorais, mas endurecer a estratégia — declarando a Venezuela uma ditadura ou tratando González como presidente legítimo – está fora de cogitação.

Auxiliares de Lula listam pelo menos três fatores para justificar a necessidade de manter pontes com o governo Maduro:

Brasil e Colômbia têm amplas fronteiras com a Venezuela. Podem sofrer com uma leva de emigração e o aumento de tensões geopolíticas na região;
A embaixada da Argentina em Caracas, onde estão refugiados seis oposicionistas perseguidos pelo governo venezuelano, está sob custódia do Brasil neste momento. É necessário ter máxima cautela diante da responsabilidade de proteger esses cidadãos;

Enquanto houver uma chance de saída negociada, por menor que seja, preservar a capacidade de diálogo com Maduro pode ser um ativo mais adiante. A capacidade de diálogo também pode ser necessária em caso de um agravamento ainda maior da situação política, tornando o Brasil um dos poucos países do Ocidente capazes de lutar pelo respeito a direitos mínimos de opositores do líder venezuelano.

Hoje, no Planalto e no Itamaraty, a percepção é de que Maduro não se dispõe a negociar e está convencido – com o aval de todo seu entorno – a manter-se no poder. É uma diferença em relação à expectativa, alimentada após as eleições no dia 28 de julho, de que ele poderia abrir espaço para algum tipo de saída negociada em caso de confirmação de sua derrota.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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