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MUNDO♟ Após 44ª Olimpíada de xadrez, Julia Alboredo alcança título de mestre FIDE

A 44ª Olimpíada de xadrez, maior evento da modalidade, com a participação de 188 países com mais de dois mil enxadristas, aconteceu entre julho e agosto, em Chennai (Índia). Foi sediada no Sheraton Mahabalipuram Resort – próximo à praia e ao prestigioso templo Shore. Ao término ficou o registro de surpresas pelos resultados históricos, como por exemplo, a medalha de ouro para a jovem equipe do Uzbequistão, no absoluto. Ofuscando o favoritismo do selecionado masculino dos EUA, equipe com atletas top 20 do mundo, que amargou quinto lugar. Os uzbeques, que foram liderados por Nodirbeck Abdusatorow, de apenas 17 anos, campeão mundial de semi rápidas, terminaram invictos.

Já no feminino, o primeiro posto coube à Ucrânia, que empolgou a todos pela conquista na última rodada. Tendo superado o favoritismo ao longo das disputas a tetracampeã Geórgia. Por sua vez, a seleção brasileira do absoluto, que tinha entre outros fortes nomes o do professor, streamer e Grande Mestre (GM), o paulista Luis Paulo Supi [que chegou a superar o campeão mundial e GM, o norueguês Magnus Carlsen em outra oportunidade através de desafio on line], finalizou em 21º na classificação geral, com seis vitórias, três empates e duas derrotas. Ganhou destaque ao bater na disputa os ingleses. E o feminino ficou em 39º, com seis vitórias, um empate e quatro derrotas. Como retrospecto ao longo dos anos em olimpíadas da modalidade, o Brasil teve o paulista Cícero Braga (Mestre Internacional) ganhador de bronze em 1978. O GM curitibano Jaime Sunye Neto com ouro em 1992 e o GM maranhense Rafael Leitão levou a prata em 2006.

Sobre o ponto alto das mulheres brazucas nesta edição, os holofotes foram para a paulista Julia Alboredo, de 25 anos. A estudante universitária, que é mestre internacional feminina (WIM), teve uma performance importante que lhe rendeu mais de 2300 pontos, alcançando a condição para título de Mestre FIDE – protocolo a ser cumprido posteriormente. É obtida por quem consegue pontuação igual ou superior a 2300 pontos em pelo menos 24 partidas válidas pelo rating da federação enfrentando competidores estrangeiros. Fato que ajudou a competidora subir mais um degrau na escalada a caminho do objetivo máximo: o de Grande Mestre (GM). A olimpíada é disputada a cada dois anos e sua sede deveria ter sido Moscou. No entanto, a guerra contra os ucranianos fez com que a FIDE mudasse o torneio de local e deixasse de fora as seleções russas e bielorrussas.

Segundo Júlia, que é número um do ranking nacional e foi campeã brasileira ano passado, o desempenho valeu: em sete dos onze pontos possíveis obteve quatro vitórias, seis empates e apenas uma derrota. Esta foi sua terceira participação nas Olimpíadas, sendo uma delas virtualmente (2020) devido à pandemia de Covid-19.

Ela é apoiada pela Prefeitura Municipal de Osasco (Grande São Paulo) – onde vive – através do programa de bolsa-atleta. Neste evento quem arcou com as despesas de viagem foi a Confederação Brasileira de Xadrez (CBX). A atleta é profissional patrocinada pela Faculdade Presbiteriana Mackenzie onde finaliza a graduação do curso de Química. Além disso, é dirigente: atua como diretora da Federação Paulista de Xadrez (FPX), responsável pelo feminino e juvenil, e procura impulsionar a modalidade que aprendeu aos sete anos com o pai. E aprimorou-se no tabuleiro no Colégio Albert Sabin – instituição com base pedagógica no sistema construtivista de ensino – na zona oeste de São Paulo.

Próximos compromissos

Além do sucesso de Julia Alboredo, o Brasil foi o melhor país entre as seleções sul-americanas, conseguindo superar no absoluto a 63ª posição da edição de 2018, bem como as mulheres evoluindo da 57ª posição. O presidente da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX), Máximo Igor Macedo, falou da trajetória do absoluto e feminino que pelos resultados “antes inimagináveis” puderam levantar índices consideráveis nas transmissões e mídias sociais.

E sem muito tempo para descanso, mas sim trabalho: é hora de se voltar as atenções ao Zonal 2.4 da FIDE, que acontece de três a nove de outubro em Natal (RN). A competição terá além da seleção do Brasil, Bolívia, Equador e Peru. Ele dá vaga para a Copa do Mundo. Quanto à Júlia está na Europa e terá entre seus grandes compromissos, o mundial universitário em setembro na cidade belga de Antuérpia.

 

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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