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“Não existe base”: oposição reage a anulação de condenações de Dirceu

Ex-ministro da Casa Civil havia sido condenado em 2016 por Moro a mais de 20 anos de prisão

Parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular as condenações do ex-ministro José Dirceu no âmbito da Operação Lava Jato.

Em 2016, Dirceu foi condenado, pelo ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR), a 23 anos e três meses de prisão. Moro, por exemplo, lembrou que a decisão dele foi confirmada por outras instâncias, que também teriam visto “provas documentais” contra o ex-ministro. Outros parlamentares usaram expressões como “indecente”, “crime sem castigo”, entre outras.

Confira o que disseram os oposicionistas sobre a decisão:

Sergio Moro

Para Moro, “não existe base convincente” para anular as condenações de Dirceu na Lava Jato.
“Além da condenação anterior no Mensalão, foi ele condenado na Lava Jato por três instâncias, inclusive pelo STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Segundo esses julgados, há prova documental do pagamento de suborno oriundo de contratos da Petrobras”, afirmou o senador.

O parlamentar ainda questionou se todos os magistrados “estavam de conluio” ao também condenarem o ex-ministro. “Um conluio do qual não há registro ou prova, apenas uma fantasia! O combate à corrupção foi esvaziado no Brasil sob a benção do Governo Lula/PT”, finalizou Moro.

Hamilton Mourão

O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que a anulação das condenações de Dirceu “é vergonha e indecente”. “Eu faço questão de lembrar que Dirceu foi condenado por 3 instâncias, inclusive pelo STJ, com provas documentais de pagamento de suborno oriundo de contratos da Petrobras”, disse Mourão.

Ainda de acordo com o senador, o governo do PT tenta enterrar a Lava Jato “porque só de falar em combate à corrupção ficam descompensados”.

Marcel van Hattem

Na opinião do deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), a Suprema Corte “quer apagar a história e fingir que a corrupção do PT não passou de um delírio coletivo”.

“Querem que os brasileiros esqueçam dos bilhões roubados para beneficiar companheiros e ditaduras”, continuou o parlamentar. Segundo o Van Hattem, “eles limparam a ficha do chefe e agora estão fazendo o mesmo com os capangas”.

Julia Zanatta

A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) disse que na Câmara estão tentando atrasar a anistia para presos políticos e que no STF, “Dirceu é liberado de todas as condenações”. “O crime sem castigo leva ao castigo sem crime”, afirmou a deputada.

Coronel Chrisóstomo

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) comentou que a anulação das condenações de Dirceu é “mais um tapa na cara da sociedade”.

Adriana Ventura

A deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP) disse que a anulação das condenações “é mais um golpe do STF contra a Lava Jato”. “Um dos cérebros e operadores da corrupção nos governos PT, agora descondenado. E o pior: todo o processo sob sigilo”.

Bibo Nunes

O deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) disse que “todas as provas e julgamentos” sobre o caso de Dirceu “foram nada”. “Dizer que é vergonha é elogio. Quando a política invade os tribunais, a Justiça foge pela janela. A Justiça foi engolida por um buraco negro”.

Deltan Dallagnol

Para o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR), que foi procurador na Lava Jato, a decisão de Gilmar Mendes, que citou uma suposta “confraria” entre Moro e os procuradores da operação, “é mais uma prova da hipocrisia suprema de Gilmar”.

De acordo com Deltan, o magistrado “coa um mosquito, mas engole um camelo quando o assunto é Lava Jato”. “Confraria, ministro Gilmar, é a união de ministros do STF com acusados, condenados e criminosos confessos da Lava Jato em convescotes e eventos de luxo no exterior, em cidades como Roma, Londres, Nova York e Paris. Estranhamente, são as mesmas pessoas beneficiadas por decisões do STF”, citou o ex-deputado.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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