
Pagamento milionário em Itaipu expõe ligação com amiga de Janja: uma indenização milionária a dois servidores da estatal Itaipu gerou uma crise interna na diretoria da empresa e expôs a suposta influência de uma amiga da primeira-dama Janja da Silva nos rumos da binacional.
Pagamento milionário em Itaipu expõe ligação com amiga de Janja
A polêmica teve início em 23 de maio, quando a diretoria assinou uma ordem interna sigilosa (DET). A medida visava estender a funcionários que ingressaram antes de 2006, requisitados de prefeituras da região, os mesmos benefícios de servidores admitidos após essa data.
Fontes internas indicam que a DET teria atendido a um pedido de Silvana Vitorassi, assistente do diretor-geral e amiga de longa data de Janja. Vitorassi, que trabalhou em Itaipu entre 2005 e 2012, é considerada internamente uma das funcionárias mais influentes na binacional devido à sua proximidade com a primeira-dama.
Na prática, a DET estenderia a empregados requisitados antes de 2006 direitos e benefícios de funcionários efetivos, incluindo o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), que garante salário integral por ano trabalhado na aposentadoria.
No entanto, fontes de Itaipu que tiveram acesso ao documento afirmam que ele foi redigido para beneficiar exclusivamente dois servidores ligados a Vitorassi, com indenizações estimadas entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão.
Os dois beneficiados são subordinados ao diretor de coordenação, Carlos Carboni, aliado da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
O problema escalou quando a DET, emitida pelo diretor-administrativo Iggor Gomes Rocha (indicado do deputado Aliel Machado, PV-PR), foi contestada pelo diretor jurídico Luiz Fernando Delazari, próximo ao ex-governador Roberto Requião.
Delazari alegou que a medida violava o princípio da impessoalidade por beneficiar diretamente apenas dois servidores, podendo configurar improbidade.
O impasse resultou na revogação da medida em 10 de junho.
Procurada, Itaipu afirmou em nota: “Não há decisão administrativa vigente que equipare os referidos empregados a concursados com extensão automática de benefícios, como plano de carreira, anuênios ou adicionais. Não houve interferência externa de qualquer pessoa física ou autoridade no processo de elaboração, ou revisão dos normativos alusivos ao PPDV.”