PAMELLA CARDOSO | No Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, especialista alerta para importância do diagnóstico precoce
Hematologista pediátrico do Hemolabor, Everaldo Ruiz Junior, explica que geralmente os sintomas são confundidos com doenças comuns da infância
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que para cada ano do triênio, de 2023 a 2025, sejam diagnosticados no Brasil aproximadamente 8 mil novos casos de câncer infantojuvenil. No País, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. O hematologista pediátrico do Hemolabor – hospital referência em tratamento oncológico no Centro-Oeste – Everaldo Ruiz Junior, alerta que devido aos sintomas se assemelharem às doenças comuns na infância, muitos casos são diagnosticados tardiamente.
“A orientação é que os pais fiquem atentos aos sintomas persistentes. Febres, ínguas, manchas pelo corpo que não desaparecem, são sinais que precisam ser levados em consideração. Com a persistência dos sintomas, é preciso informar o pediatra, que deve iniciar uma investigação mais profunda”, alerta.
Os tumores mais comuns durante a infância e a adolescência são as leucemias (que afetam o sangue), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). Mas também podem aparecer neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor de células germinativas (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
“As características do câncer infantojuvenil são diferentes em relação ao câncer em adultos. As células acometidas pela mutação no material genético não conseguem amadurecer como deveriam, multiplicando-se de forma acelerada e desordenada. Por isso, a proliferação do tumor é mais rápida em crianças. Porém, se o diagnóstico ocorrer no início, as chances de cura são de aproximadamente 80%, de acordo dados do INCA”, explica o especialista.
O tratamento de um câncer infantojuvenil depende do tipo e estágio. Mas geralmente são indicadas quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e até cirurgia. “A maioria das crianças com câncer se curam. Por isso, nesta data tão importante, reforçamos sobre a união de esforços entre família e profissionais, para que haja um diagnóstico rápido, e o tratamento adequado para proporcionar a criança a plena recuperação de sua saúde”, finaliza.