Para time de Lula, desistência de Biden ajuda no embate com bolsonarismo

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de desistir de sua candidatura à reeleição dá mais força ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em favor de uma união mundial contra o avanço da direita. A avaliação foi feita ao blog neste domingo por aliados do presidente brasileiro, diante do anúncio em que Biden se retirou da corrida à Casa Branca.

Lula, segundo aliados, tende agora pegar embalo no caso americano para reforçar que todos os sacrifícios necessários devem ser feitos também aqui no Brasil, para conter forças ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas últimas semanas, Lula embalou a tese em diversas ocasiões. O tema permeou, por exemplo, falas do presidente brasileiro sobre as eleições legislativas na França e no Reino Unido.

A tese da união de forças democráticas vem sendo incorporado também ao discurso do PT. Nesta semana, o partido elaborou uma nova resolução política, após reunir seu diretório nacional. Além de pedir uma mobilização para eleger candidatos do campo democrático nas eleições municipais deste ano, o partido também fez referência aos resultados das urnas fora do Brasil. A resolução petista foi elaborada antes da desistência de Biden.

“As recentes derrotas eleitorais do extremismo de direita no Reino Unido e na França, assim como no México, trazem lições valiosas ao campo progressista brasileiro e latino-americano. É não apenas possível, mas necessário, fazer o enfrentamento político com o adversário, amparado por uma ampla articulação em defesa da democracia”, diz o documento.

Ao blog, o deputado Carlos Zarattini, membro do diretório nacional petista, afirmou que a desistência de Biden demonstra uma tendência que extrapola a esquerda. “É uma decisão muito importante para o campo democrático em todo mundo. Não se trata mais de unir apenas as forças de esquerda, é preciso unir todas as forças do campo democrático para conter a extrema-direita”, afirmou o deputado.