RÁDIO 📻 Rádio faz 100 anos no Brasil. O ‘companheiro fiel’ se modernizou e está mais forte
7 de setembro, é dia de festa! Dia da Independência e também de comemorar os 100 anos do rádio, o veículo que durante esse tempo todo informa, emociona e faz companhia, onde quer quer você esteja. Há 100 anos, quando o Brasil fazia a primeira transmissão de rádio, eram apenas 80 receptores e um pequeno grupo, que pôde testemunhar a invenção que transformaria os hábitos e costumes da sociedade brasileira nas décadas seguintes.
E logo o rádio se tornou um veículo de entretenimento, cultura, informação e prestação de serviço. Com tantas mudanças tecnológicas, ele foi se atualizando, se modernizando, tem até imagem agora! Contra previsões pessimistas de que morreria com a chegada da TV, depois da internet e do streaming… ele se mantém vivo e forte.
O dado mais recente sobre a taxa de penetração do rádio no país (2009) mostra que 87,9% dos domicílios brasileiros têm rádio. Hoje são mais de 9 mil emissoras – segundo o Ministério das Comunicações – entre rádios online, comunitárias, AM e FM. Sim, nosso amigo fiel resiste bravamente, como disseram comunicadores em entrevista
Rádio agora tem imagem
Para Eli Corrêa, um dos maiores nomes da história do rádio no Brasil, o rádio é multiplicador e continua unindo e ajudando as pessoas.
“Nestes tempos digitais, nesta ultra modernidade, vamos dizer assim, eu que comecei quando as coisas eram muito analógicas, e hoje todas digitais, vi o rádio se readequando. O rádio vai se adaptando”, diz Eli ao Só Notícia Boa. E ele acredita que o rádio está mais forte:
“Hoje o rádio, talvez seja ainda mais forte que antes. Porque além do áudio, ainda tem a imagem. Hoje nós podemos ter o rádio com imagem. Então, nestes tempos modernos, o rádio continua sendo o mais importante veículo de comunicação de todos os tempos”, afirmou.
Com mais de 50 anos no rádio, Eli Corrêa é uma referência. A forma alegre de interagir com os ouvintes rendeu a ele o título de “O homem sorriso do rádio”. Dono do bordão “”Oiiiii, gente!”, ele já passou por emissoras importantes, como Rádios Tupi, Globo, Record, América e Capital.
Eli viveu toda essa transição e, para ele, as mudanças só trouxeram o público ainda mais para perto das transmissões.
A tecnologia agregou
Para a jornalista Vanessa Di Sevo, da Nova Brasil FM, a tecnologia foi necessária e agregadora.
“Já decretaram o fim do rádio algumas vezes na história. A verdade é que o rádio segue brilhante e adaptado às novas tecnologias. É um privilégio construir uma carreira em rádio e ainda integrar a galeria dos “Campeões do Microfone”, ao lado de nomes irônicos do radiojornalismo”, afirmou.
“O rádio mudou minha vida! Foi o único canal de comunicação que me possibilitou atingir todas as camadas e classes sociais. É a forma mais franca, popular e democrática de diálogo com o povo”, afirmou Carmela, a apresentadora mais popular de Brasília. Ela é locutora e jornalista do grupo Metrópoles, que já passou pela Unesco e pelo Correio Braziliense, entre outros.
Radialista da nova geração, Thiago Santé, da Clube FM Brasil, de Brasília, também defende que o rádio nunca esteve tão próximo dos ouvintes quanto nestes tempos mais modernos.
“O rádio segue democrático, acessível, divertido, rápido e companheiro. As pessoas podem ouvir suas músicas preferidas, descobrir novos artistas, ficarem bem informadas, dar boas gargalhadas, participar de promoções e ter a certeza de que não estão sozinhas”, defende Thiago.
“É verdade que o modo de consumir áudio dos ouvintes mudou, mas não quer dizer que os afastou do nosso centenário rádio. O rádio é humano, feito por pessoas para pessoas. A comunicação é real, o envolvimento especial, a mágica de ouvir, imaginar, criar e toda emoção de ouvir nas ondas do rádio sua música ou seu artista”, disse o radialista
Informador e inclusivo
Eli também defende que o rádio continua aquele companheiro fiel. É informador e inclusivo.
“É o rádio que nivela todas as pessoas. Não importa a sua raça, não importa a sua cor, não importa o seu credo. O rádio é um companheiro, o rádio é um amigo, ele informa, ele denuncia, ele defende, ele entretém, ele, enfim, faz companhia”, afirmou.
“Às vezes à noite, uma pessoa está ali sofrendo, chorando, a dor da depressão, liga o rádio e ela começa a sentir uma nova vida fluindo, porque o rádio vai fazendo companhia a ela e ela não se sente mais tão só. O rádio é isso! É companheiro, é amigo”, explica o radialista.
Os cearenses Ítalo Duarte e Raiany Paiva são também dois grandes exemplos do quanto o rádio pode transformar vidas.
Pais da pequena Ágatha, de 7 anos, que nasceu com distrofia muscular congênita, considerada uma doença rara, eles resolveram criar rádio online Ame os Raros para ajudar pais que passam pelas mesmas dificuldades, além de ajudar a disseminar a inclusão de pessoas com deficiência.
“A ideia deste canal de comunicação é dar voz aos raros, dar voz às famílias e aos médicos”, explica Ítalo.
“A rádio acaba sendo uma fonte de ensino tanto no início do diagnóstico quanto durante os tratamentos. Quando os médicos participam, dão orientações à população. As associações do Brasil inteiro participam da programação e muitas pessoas acabam conhecendo uma associação perto de casa e que não conheciam antes”, explica.
O comunicador conta que a resposta é muito positiva e que, mesmo com um trabalho simples, ele se sente fazendo um papel social muito importante. “Recebemos mensagens diárias de várias famílias do país e o nosso objetivo maior é ajudar e dar voz a todos que nos procuram”, afirma.
Comemoração especial
Para homenagear os 100 anos do rádio no Brasil, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) preparou uma série de ações comemorativas.
A associação criou um spot de 30” para veiculação gratuita pelas emissoras de rádio. O material ressalta a importância do meio e as várias áreas de atuação, seja em relação às notícias, ao esporte, utilidade pública ou música, além de mencionar a constante renovação do rádio ao longo desses cem anos.
Além disso, outras comemorações foram preparadas para serem divulgadas ao longo dos próximos dias nas redes sociais e no site da ABERT. Acompanhe clicando aqui.
E, nestes 100 anos do rádio no Brasil, só temos o que comemorar e agradecer por esse grande companheiro, que fala ao vivo com a gente… traz a notícia com agilidade e pode ser ouvido em qualquer canto do mundo, principalmente agora com o sinal na internet.
E Eli Corrêa terminou a entrevista pedindo que o rádio volte a unir as pessoas no Brasil:
“Façamos bom uso do rádio, principalmente para promovermos a paz e o entendimento entre todas as pessoas. Esse é o rádio, 100 anos levando alegria, levando coisas boas, notícias boas. Eu tenho muito o que agradecer! O rádio chega aos 100 anos mais vigoroso do que nunca! Mais moderno do que nunca”, comemorou o “homem sorriso do rádio”.