Relatório: Garimpeiros exigem sexo com meninas e mulheres Yanomami em troca de comida
Garimpeiros exigem sexo com meninas e mulheres Yanomami em troca de comida, diz relatório
Ao menos três adolescentes, de até 13 anos, ficaram doentes e morreram em 2020 depois de terem sofrido abusos
Na região do Rio Apiaú, garimpeiro ofereceu drogas e bebidas aos indígenas e estuprou uma das crianças da comunidade
Garimpeiros exigem sexo com meninas e mulheres indígenas como moeda de troca por comida na Terra Yanomami, informou o portal g1 nesta segunda-feira (11). No domingo (10), o jornal O Globo já havia antecipado a informação.
Relatório divulgado pela Hutukara Associação Yanomami (Hay) revela relatos de indígenas, pesquisadores e antropólogos, e mostra que ao menos três adolescentes, de até 13 anos de idade, ficaram doentes e morreram em 2020 depois de terem sofrido abusos de garimpeiros.
Elas eram novas, tendo apenas tido a primeira menstruação. Após os garimpeiros terem provocado a morte dessas moças, os Yanomami protestaram contra os garimpeiros, que se afastaram um pouco. As lideranças disseram para eles [garimpeiros] que estando tão próximos, se comportam muito mal”, diz o relato de uma pesquisadora indígena após conversa com uma mulher Yanomami.
De acordo com o portal g1, na região do Rio Apiaú, moradores disseram para a associação que um garimpeiro que explora a região ofereceu drogas e bebidas aos indígenas e, quando todos ficaram bêbados, ele estuprou uma das crianças da comunidade.
Além disso, segundo o portal, há também a denúncia de um “casamento” arranjado de uma adolescente Yanomami com um garimpeiro. Ele havia prometido um pagamento de mercadoria, mas nunca cumpriu.
“Esse documento mostra a realidade que estamos vivendo e suas consequências, de muita violência e vulnerabilidade. O meu povo está sofrendo. Pedimos o apoio da população para se unir ao nosso grito de socorro para a retirada imediata dos garimpeiros do nosso território”, disse Dario Kopenawa, vice-presidente da Hay.
O Ministério Público Federal (MPF), o Ministério da Saúde e a Fundação Nacional do Índio (Funai) ainda não haviam respondido as questões do portal g1 até o fechamento deste texto.