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Relembre declarações com ofensas às mulheres feitas pelo presidente e a família Bolsonaro

RIO — De olho na reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou os acenos ao eleitorado feminino e assinou nesta terça-feira dois decretos que instituem programas voltados às mulheres. O presidente e seus filhos, no entanto, já foram bastante criticados e até viraram alvos de ações na Justiça por declarações de conteúdos machistas e misóginos. No episódio mais citado, o presidente (na época, deputado) afirmou que a também parlamentar Maria do Rosário (PT-RS) “não merecia ser estuprada” — fato pelo qual foi condenado a pagar indenização.

Recentemente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) associou a contratação de mulheres ao acidente da obra da linha 6 do Metrô de São Paulo, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que as colegas mulheres tinham menos interesse em participar da CPI da Covid e enfrentar o tema do que os homens do Congresso.

Relembre declarações da família Bolsonaro ofensivas às mulheres:

Jair Bolsonaro

Discriminação salarial

Desde a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro mostra-se contrário às leis na direção da equidade de gênero no mercado de trabalho. Ele defendeu que o assunto seja discutido caso a caso na Justiça. No ano passado, ele disse durante uma live que, se sancionasse o projeto de lei que aumenta a multa trabalhista para empregadores que pagam salários diferentes para homens e mulheres que exercem a mesma função, poderia tornar “quase impossível” a entrada de mulheres no mercado de trabalho.

— Qual a consequência disso vetado ou sancionado? Vetado, vou ser massacrado. Sancionado, você acha que as mulheres vão ter mais facilidade de arranjar emprego ou não no mercado de trabalho. Vamos ver se eu sancionar como vai ser o mercado de trabalho para a mulher no futuro. É difícil para todo mundo, para a mulher é um pouco mais difícil. (Vamos ver) Se o emprego vai ser quase impossível ou não — disse o presidente.

“Uma fraquejada”

Em abril de 2017, o presidente afirmou que teve uma filha após ter tido quatro filhos porque deu “uma fraquejada”. Durante palestra no Clube Hebraica, ele disse: “Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher”.

Apologia ao turismo sexual no Brasil

Em abril de 2019, Bolsonaro gerou polêmica ao se mostrar contrário à vinda de turistas do público LGBTQI+ para o Brasil. Durante o declaratório, ele se mostrou favorável ao turismo sexual com mulheres. “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. A frase foi considerada homofóbica e machista. Em resposta, vários estados brasileiros lançaram campanhas contra a exploração sexual.

Agressões às mulheres da imprensa

Ao longo do mandato, Bolsonaro proferiu frases machistas a jornalistas que cobrem o seu mandato. Em um dos episódios mais lembrados, ele usou de ironia para responder às denúncias feitas pela jornalista Patrícia Campos Mello, sobre possíveis irregularidades na sua campanha eleitoral. O presidente afirmou que a profissional “queria dar o furo”. “Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo”, disse a apoiadores no cercadinho em frente ao Palácio da Alvorada. O posicionamento provocou reações de entidades de classe e uma onda de solidariedade à profissional nas redes sociais.

No ano passado, Bolsonaro mandou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo, “calar a boca” após a jornalista ter questionado o fato de ele ter chegado ao local sem usar máscaras, conforme exigia uma lei do estado de São Paulo, como medida de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Poucos dias depois, quando questionado sobre o atraso de vacinas contra a doença, o presidente mandou a repórter da Rábio CBN, Victoria Abel, “voltar para a faculdade, para o ensino médio, depois para o jardim de infância e aí nascer de novo”. A jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, também já foi chamada de “quadrúpede” pelo chefe do Executivo.

Maria do Rosário

O episódio de machismo cometido por Bolsonaro mais mencionado ocorreu no dia 9 de dezembro de 2014, na Câmara dos Deputados. O então deputado disse, na época, que não estupraria Maria do Rosário (PT-RS) pois ela não mereceria, “porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”. Ele reagira a um discurso dela no Plenário da Câmara contra a ditadura militar.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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