Rússia insiste que governo Bolsonaro ‘entende razões’ da invasão à Ucrânia
Os votos do Brasil contra Moscou em diferentes instâncias da Organização das Nações Unidas (ONU) foram minimizados pelo embaixador da Rússia, Gennady Gatilov.
De acordo com ele, o governo de Jair Bolsonaro “entende” as razões pelas quais o Kremlin realiza sua operação militar na Ucrânia.
O Brasil votou ao lado dos Estados Unidos e demais potências ocidentais em propostas de resolução criticando a Rússia. Isso ocorreu tanto na Assembleia Geral da ONU como no Conselho de Direitos Humanos.
Contradição
Após apoiar a resolução que cria uma comissão de inquérito para examinar os crimes na Ucrânia, o Itamaraty pediu a palavra para criticar a proposta e dizer que ela não era a mais adequada.
O governo brasileiro também tem criticado sanções e o envio de armas por parte de potências ocidentais, além de apontar que os interesses legítimos da Rússia devem ser considerados.
“Cabe a cada país tomar posições. Mas, para nós, os brasileiros entenderam os objetivos de nossa operação e as razões pelas quais fizemos isso”, declarou Gatilov, ao UOL.
Ainda segundo o embaixador, Moscou não quer ocupar a Ucrânia. “Isso está fora de questão. O que queremos é desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia”, insistiu.
O diplomata culpou a Otan e se recusou a usar a palavra “guerra” para qualificar o que ocorre na Ucrânia. “Trata-se de uma operação militar especial, que é legítima”, ponderou.
O embaixador fez questão de minimizar o voto brasileiro, favorável aos americanos. “Não acho que o voto reflete todas as nuances da posição brasileira”, disse. Para ele, o Brasil “explicou sua posição”.
“Sabemos que muitos países foram pressionados pelos EUA e aliados ocidentais. Sabemos que esses países foram às capitais. Nem todos estão em posição de resistir. Mas não significa que concordam completamente com o que ocorre na Ucrânia e as políticas dos EUA”, declarou Gatilov