Rússia usa mísseis hipersônicos na Ucrânia, enquanto Zelensky exige diálogo
A Rússia intensificou, neste sábado (19), sua ofensiva na Ucrânia, anunciando o uso, pela primeira vez, de mísseis hipersônicos, enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que era hora de Moscou aceitar em “conversar” seriamente sobre a paz.
O ministério da Defesa russo garantiu que no dia anterior havia usado mísseis hipersônicos “Kinjal” para destruir um depósito de armas subterrâneo no oeste da Ucrânia, algo sem precedentes, segundo a agência estatal Ria Novosti. Esse tipo de míssil desafia todos os sistemas de defesa antiaérea, segundo Moscou.
A Rússia nunca havia informado sobre o uso deste míssil balístico em nenhum dos dois conflitos em que participa – Ucrânia e Síria.
O presidente Zelensky, por sua vez, considerou que “as negociações sobre paz e segurança na Ucrânia são a única oportunidade que a Rússia tem de minimizar os danos causados por seus próprios erros”.
“É hora de nos encontrarmos. É hora de conversar. É hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia”, reiterou o chefe de Estado em um vídeo filmado à noite em uma rua deserta de Kiev e postado no Facebook.
Caso contrário, as perdas para a Rússia serão tais que levará várias gerações para se recuperar”.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, Kiev e Moscou realizaram várias rodadas de negociações, pessoalmente e por videoconferência. A quarta começou na segunda-feira.
O chefe da delegação russa falou, na noite de sexta-feira, sobre uma “conciliação” de posições sobre a questão de um status neutro para a Ucrânia – semelhante ao da Suécia e da Áustria – e avanços na desmilitarização do país. No entanto, ele também disse que há “nuances” para discutir sobre as “garantias de segurança” exigidas pela Ucrânia.
Mas um membro da delegação ucraniana, o conselheiro presidencial Mikhailo Podoliak, alertou que as “declarações do lado russo são apenas o começo de suas exigências”.