O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta segunda-feira (4) que as tropas russas são “carniceiras, estupradoras e saqueadoras” após um ataque que matou centenas de pessoas em Bucha, cidade na periferia da capital Kiev, no fim de semana.
Em uma entrevista a uma rádio do Reino Unido, Zelensky, que visitou a cidade onde houve o massacre, voltou a acusar a Rússia de genocídio. Ele também pediu a presença de observadores do Tribunal Penal Internacional para atestar crimes de guerra.
Enviem suas missões a Bucha e a outras cidades libertadas, em cooperação com as agências policiais ucranianas, para coletar todas as evidências desses crimes de guerra”, declarou.
Imagens com dezenas de corpos em trajes civis, muitos deles com as mãos amarradas, e valas comuns com cadáveres circularam nas redes sociais. Segundo a Ucrânia, pelo menos 400 pessoas teriam sido mortas aleatoriamente no ataque por militares russos em retirada.
Após a visita à Bucha, Zelensky disse que o massacre irá atrasar o processo de negociação de paz com a Rússia.
Rússia nega massacre em Bucha
Nesta segunda-feira (4), o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse que o país nega e rejeita “categoricamente” ser autor do assassinato de centenas de civis em Bucha, cidade nos arredores de Kiev, capital ucraniana.
Segundo Peskov, os fatos e a cronologia do ocorrido “não sustentam a versão da Ucrânia”. O porta-voz acusou o governo da Ucrânia de “montar” um cenário no local. Ele alegou também que especialistas russos detectaram diversas cenas falsas e edições em vídeos do local divulgados por Kiev.
Peskov fez um apelo a União Europeia e para os Estados Unidos para que avaliem todas as versões “antes de fazer um julgamento”.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, também se pronunciou sobre o caso nesta segunda-feira e disse que se trata de um “ataque falso” e que os corpos foram “encenados”, com o objetivo de incriminar Moscou, segundo a agência de notícias Tass.
