THALITA BRAGA | Obstetra da Maternidade Célia Câmara alerta para os riscos da diabetes gestacional
Unidade de saúde da Prefeitura de Goiânia é referência no atendimento de pacientes com esse perfil
Durante o Novembro Azul, mês que também faz alusão ao combate a diabetes, a Prefeitura de Goiânia chama atenção para os riscos da diabetes gestacional e destaca o serviço oferecido a pacientes com esse perfil nas maternidades Célia Câmara, Nascer Cidadão e Dona Íris. A ginecologista e obstetra Ana Tamiris Perini, diretora técnica do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), explica que a diabetes gestacional é uma alteração metabólica exclusiva da gestação. A condição ocorre por aumento da resistência à ação da insulina causada pelos hormônios durante a gravidez e por modificações específicas deste período, que chamamos de modificações do organismo materno.
Entre os principais fatores de risco, a médica cita o sobrepeso/obesidade, histórico anterior à gestação de síndrome dos ovários policísticos, uso de medicamentos chamados hiperglicemiantes, hipertensão arterial sistêmica, hipertrigliceridemia (aumento anormal dos triglicérides) e recém-nascido anterior com peso maior ou igual a 4kg. “Outro fator de risco é manter uma alimentação não-saudável, com consumo de calorias acima do recomendado, levando ao alto ganho de peso na gestação, além da ausência de acompanhamento de pré-natal, que também são considerados comportamentos de risco”, explica Ana Tamiris.
A obstetra alerta para o aparecimento de sintomas como cansaço excessivo, ganho de peso excessivo do bebê, aumento do apetite, boca seca, visão turva e aumento da sede. “Por serem sintomas comuns na gestação, a gestante deve sempre ser acompanhada em um pré-natal de qualidade para diagnóstico diferencial dos sintomas. Os riscos também incluem aumento do líquido dentro da barriga (polidramnio), prematuridade e, em casos mais graves e descontrolados, até risco de óbito intrauterino”. Já para gestante, Perini afirma que há maior risco de trabalho de parto prematuro, hemorragia pós-parto e aumento da taxa de cesarianas.
Diante do quadro de diabetes gestacional, Ana Tamiris orienta que a mulher busque tratamento constituído por três pilares: mudança de estilo de vida, dieta especial para diabetes e medições das glicemias de acordo com a recomendação médica. “Após avaliação é definida a necessidade do uso de medicações que podem ser injetáveis, como as insulinas ou, em alguns casos, orais”.
Ela explica que, em geral, após três meses do parto é realizada uma nova curva glicêmica para avaliar se os índices de açúcar voltaram ao normal, e que a maioria das mulheres se cura após o parto. “É importante salientar que a existência de diabetes gestacional representa fator de risco para desenvolvimento de diabetes no futuro. A mudança de estilo de vida é essencial para todas as pacientes”, afirma.
Perini destaca que as pacientes que recebem diagnóstico de diabetes gestacional devem ser encaminhadas para pré-natal de alto risco. “No HMMCC, a gestante com diagnóstico de diabetes gestacional é assistida em pré-natal de alto risco e, durante a internação, por equipe multidisciplinar composta por nutrição, psicologia, assistência social, obstetra e neonatologista. Temos suporte para atendimento de possíveis complicações como unidade neonatal para bebês prematuros e UTI adulto em casos de intercorrência e ou gravidade da gestante”, ressalta.
Em Goiânia, a Prefeitura também oferece atendimento especializado para pacientes com esse perfil no Hospital e Maternidade Dona Iris e na Maternidade Nascer Cidadão.