Goiânia

Teatro nos Quintais em Aparecida de Goiânia com distribuição de livros infantis; confira

Projeto Teatro nos Quintais, do Ponto de Cultura Justina, leva espetáculo Dr. Raimundo para as casas de moradores de dez regiões de Aparecida de Goiânia

No sábado, 06 de abril, às 19 horas, acontece a primeira das dez apresentações do espetáculo infanto juvenil Dr. Raimundo, pela atriz Takaiuna, do Ponto de Cultura Coletivo Justina. A encenação será no quintal da família Caetano e Silva, no bairro Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia.

O evento é gratuito e aberto à comunidade da região, sendo as crianças e seus familiares o público-alvo. As apresentações vão até novembro e devem passar pelas seguintes regiões: Garavelo; Centro; Cidade Livre; Santa Luzia; Expansul; Alto Paraíso; Papillon Park; Zona da Mata e Vila Brasília.

Segundo seus realizadores, o objetivo da ação e do Coletivo Justina é oferecer programação artística e cultural gratuita em todas as regiões de Aparecida de Goiânia por meio do espetáculo infanto juvenil Dr. Raimundo, promovendo a aproximação do fazer artístico e estético das comunidades locais e seus territórios.

E ainda, após cada apresentação, uma oficina-diálogo com as pessoas presentes, com o propósito de criar um mapeamento cultural do município. Uma escuta afetiva sobre as demandas culturais dos territórios a que pertencem os espectadores.

Teatro nos Quintais foi contemplado pelo Edital nº 20/2023 de Pontos de Culturada Lei Federal Paulo Gustavo, por meio da Secult Goiás.

Dr. Raimundo e seu mundo de diversidades

Adaptado originalmente do livro infanto juvenil A Terra dos Meninos Pelados, de Graciliano Ramos (1939), Dr. Raimundo busca manter características importantes do original, como os elementos de inclusão e diversidade – uma vez que Raimundo é um menino diferente dos demais, sendo ele careca, com um olho preto e outro azul. Por isso mesmo, os bonecos utilizados durante a contação de história possuem uma diversidade de cores, gênero, trazendo diferentes estéticas para o encontro com as crianças e as suas diversidades.

Elaborado a partir de elementos do teatro de formas animadas, da linguagem da contação de história, como também os elementos da palhaçaria, o espetáculo teatral Dr. Raimundo também foi pensado para ser executado exatamente nesses espaços comunitários, dando ênfase a um contato mais aprofundado entre a atriz Takaiuna e os espectadores e suas comunidades.

Dr. Raimundo acontece em um livro-cenário, em que os personagens se deslocam por diferentes ambientes, à medida em que o personagem principal caminha para chegar a um mundo encantado, criado pela personagem, onde todos são tratados como semelhantes, dentro de sua diversidade. O Raimundo é um menino diferente das outras crianças, ninguém quer brincar com ele, ninguém quer conversar com ele. Por isso ele cria um mundo para si chamado: Tatipirum. Nesse lugar cheio de encantos, Raimundo nos leva a conhecer outras crianças igual a ele.

Durante as apresentações são distribuídos livros infantis sobre o Dr. Raimundo.

A obra já percorreu alguns territórios importantes, como o palco do Teatro SESC Goiânia, o Festival FUGA/UFG, no Senac Rio Verde – como programação do Claque Retomada Cultural, o Ponto de Cultura Raio de Sol na cidade de Aragoiânia, o Celina Park, através do projeto UFG nos Parques, além da cidade de Sebastian Pagador em Cochabamba/ Bolívia.

Acessibilidade:

Imagens descritivas; reconhecimento tátil do palco, do livro-cenário e dos bonecos, respeito às neuro diversidades; materiais de divulgação acessíveis

A dramaturgia de Dr. Raimundo foi criada integrando a experiência cênica com a acessibilidade. A obra trabalha com imagens descritivas, apresentando por meio de figuras todo o percurso do enredo. A narração da história se baseia em audiodescrição, sendo assim, pode ser apresentada também para crianças que possuem alguma deficiência visual.

Também é oferecido o reconhecimento do palco, do livro cenário e dos bonecos antes e depois do espetáculo, para o público cego ou com baixa visão. As peças de comunicação do projeto preveem uso das cores, fontes e ajuste dos layouts online, para pessoas com baixa visão.

Durante o espetáculo não são produzidos ruídos ou sons de explosões que possam provocar alguma desregulação emocional em espectadores mais sensíveis e/ou neuro diversos.

Mapeamento cultural inédito

Após cada apresentação será mediada uma oficina na qual o resultado será a coleta de dados sobre os aspectos socioculturais da região e sistematizadas originando um documento em que percorra o perfil e as necessidades culturais da cidade. Por meio desses grupos focais, um mapeamento cultural de base comunitária de Aparecida de Goiânia será constituído e disponibilizada para a população com acesso gratuito e irrestrito na internet.

O inédito trabalho de mapeamento e de escuta afetiva da comunidade local dimensiona a importância da territorialidade do município para a constituição de trabalhos culturais. A fim de conhecer melhor o território em que habitamos e possamos não só oferecer os produtos de nossas pesquisas e trabalhos, mas como também ouvir o que os moradores das onze regiões em nosso município anseiam na área da arte e da cultura.

Ponto de Cultura Justina

Fundado em 2016, o Coletivo Justina, tem como prática estética-política o exercício de experimentação que cabe em vários segmentos artísticos e culturais. Artesanato, Teatro, Audiovisual, Literatura e Performances são algumas das dinâmicas onde o criar coletivamente se coloca. O Coletivo tem suas ações culturais inspiradas na fronteira entre a ancestralidade, o comunitário e a arte. Sua sede é em Aparecida de Goiânia.

Em rede, se articula com artistas e grupos de várias regiões brasileiras e de países da América Latina. Trabalhadoras rurais, professoras, alunos e alunas da rede escolar são alguns dos públicos que as ações do Justina impactam. Nos últimos anos, o Ponto de Cultura Justina vem realizando atividades de formação, pesquisa e circulação artística por vários estados do Brasil, como Ceará, Maranhão, São Paulo, Minhas Gerais, Goiás e Distrito Federal.

Suas ações e pesquisas também movimentam experiências internacionais. Na América Latina tem articulado com grupos e artistas da Argentina, Equador, Bolívia e México, onde realizou em parceria com o Programa Iberscena para a direção de espetáculo e construção dramatúrgica a partir da realidade de crianças e adolescentes locais. Itália, Israel e o Estado da Palestina foram recentemente visitados por membros do Coletivo, tecendo uma rede afetiva de trocas simbólicas e estéticas.

Redação GOYAZ

Redação: Telefone (62) 3093-8270

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